Garimpeiros expulsos da Terra Yanomami estão atuando em parque nacional na divisa do Amapá com o Pará

G1 Jornal Nacional - https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2024/02/26 - 26/02/2024
Garimpeiros expulsos da Terra Yanomami estão atuando em parque nacional na divisa do Amapá com o Pará
Desde janeiro de 2023, as operações do governo federal expulsaram ao menos 20 mil garimpeiros das terras yanomami.

Por Jornal Nacional
26/02/2024

Garimpeiros expulsos da Terra Indígena Yanomami estão atuando em um parque nacional na divisa do Amapá com o Pará.

O Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque foi criado por decreto presidencial em 2002. É o maior parque de floresta tropical do mundo e, nos últimos anos, enfrenta o avanço dos garimpeiros ilegais.

Um monitoramento de satélites aponta que desmatamento dentro do parque cresceu de forma expressiva em apenas um ano. Saiu de 30 hectares para 122 hectares.

No entorno do parque existe o Garimpo do Lourenço, com mais de um século de atividade. Em 2021, a Agência Nacional de Mineração permitiu que o Garimpo do Lourenço funcionasse por dois anos. Antes do fim do prazo, em setembro de 2023, a cooperativa de garimpeiros solicitou uma nova autorização para continuar explorando na área

Uma animação do Instituto Iepé, a partir de imagens de satélite, mostra como os garimpos ilegais, nos últimos quatro anos, avançaram para dentro da unidade de conservação e não pararam mais, e colocaram em risco três dos maiores rios do Amapá: o Araguari, o Oiapoque e o Jari.

A Polícia Federal afirma que garimpeiros da Terra Indígena Yanomami, localizada entre os estados do Amazonas e Roraima, estão migrando para a Venezuela, a Colômbia, o Peru, a Guiana Francesa e para o Parque do Tumucumaque. Desde janeiro de 2023, as operações do governo federal expulsaram ao menos 20 mil garimpeiros das terras yanomami.

"O Amapá e outras regiões históricas de garimpo da Amazônia, como a Bacia do Tapajós, a Terra Indígena Munduruku, a Terra Indígena Kayapó, acabam sendo lugares atrativos para os garimpeiros que estão saindo das Terra Indígena Yanomami", diz Decio Yokota, coordenador do Instituto Iepé.

A organização não governamental Greenpeace Brasil afirma que é necessário aumentar a fiscalização para combater não somente os problemas ambientais, mas também os sociais que o garimpo provoca na região.

"Não dá para a gente conviver mais com esse modelo de exploração que gera pobreza, desigualdade, gera concentração de renda", diz Jorge Dantas, porta-voz do Greenpeace Brasil.

O ICMBio declarou que tem intensificado as ações contra o garimpo ilegal no interior do parque e que, em 2023, em duas operações na unidade, aplicou R$ 960 mil em multas, apreendeu mercúrio e ouro e destruiu equipamentos dos garimpeiros.

A Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros do Lourenço declarou que respeita as regras estabelecidas pela Agência Nacional de Mineração e que seus cooperados não atuam no parque.


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PIB:Roraima/Mata

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