Polícia Militar reforça efetivo no Setor Noroeste após decisão da Justiça

G1 - http://g1.globo.com/ - 09/11/2011
PM informou que 54 policiais e 12 viaturas fazem ronda na região desde 8h. Obras devem ser retomadas integralmente na manhã desta quinta-feira (10).


A Polícia Militar reforçou na manhã desta quarta-feira (9) o efetivo no Setor Noroeste, região onde há 4,1815 hectares de ocupação indígena, depois que a Justiça Federal do Distrito Federal decidiu que as construtoras podem retomar as obras no local. A Central Integrada de Atendimento e Despacho da Polícia Militar (Ciade-PM) informou que 54 policiais e 12 viaturas fazem ronda na região desde 8h. Previsão é contar com outros 40 policiais a partir das 10h.

A assessoria da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi) informou que durante a madrugada desta quarta alguns manifestantes, que defendem a ocupação indígena no Setor Noroeste, teriam invadido o terreno das construtoras Brasal e João Fortes. A Ademi disse ainda que os invasores quebraram as instalações elétricas e hidráulicas dos canteiros de obra das empresas.

De acordo com o o advogado das empreiteiras, Nader Franco, as obras no setor devem ser retomadas integralmente apenas na manhã desta quinta-feira (10). Apenas a Emplavi segue os trabalhos normalmente nesta quarta. Franco ainda informou que os operários da Brasal e da João Fortes trabalham para restabelecer a energia, água, banheiros e acesso às vias antes de retomar as obras.

"As máquinas, caminhões e trabalhadores da Brasal e da João Fortes devem voltar efetivamente a partir de quinta-feira", explicou Franco.

A Polícia Militar do Distrito Federal havia solicitado um prazo de até 72 horas para fazer o planejamento necessário para assegurar a continuidade das obras no Setor Noroeste. O major Adriano Meirelles afirmou que a polícia tem autorização para lidar inclusive com os índios. Nesta terça-feira (8), duas viaturas da polícia faziam o policiamento na região, segundo o major.


Decisão judicial

Neste domingo (6), a Justiça Federal do DF decidiu que as construtoras que atuam no setor podem continuar com as obras, desde que a PMDF mantenha a segurança no local e, caso seja necessário, remova pessoas e obstáculos que impeçam as atividades das empreiteiras.

Segundo o juiz, os manifestantes estão proibidos de "invadir, destruir, ocupar, embaraçar o uso de outras propriedades". A reivindicação da área deve ser feita pelos meios adequados, segundo o juiz. Ainda de acordo com a decisão, a Polícia Militar "poderá remover pessoas, obstáculos, impedir toda e qualquer atividade que viole o direito de uso e gozo das propriedades".


Confrontos

No fim de semana, ambientalistas e indígenas entraram em confronto com seguranças. Eles derrubaram as cercas do terreno para evitar que as obras continuassem no sábado (5). Um segurança da construtora foi agredido durante a confusão.

O segurança foi encaminhado à 2ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte, para prestar depoimento e depois ao Instituto Médico Legal (IML), onde fez exame de corpo delito. No domingo (6), a Polícia Militar permaneceu na região para evitar novos confrontos. O advogado da construtora informou que entrou com um pedido de reintegração de posse e intervenção na área.

Ambientalistas também entraram em confronto com policiais militares na última quinta-feira (3). A Central Integrada de Atendimento e Despacho da Polícia Militar (Ciade) informou que 14 manifestantes foram detidos por desobediência. Eles foram conduzidos à 2ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.


Disputa

Os índios e as construtoras disputam a posse de uma área no Setor Noroeste, uma das mais valorizadas do Distrito Federal, onde o metro quadrado construído, vendido na planta, supera R$ 10 mil. Os índios reivindicam uma área de 50 hectares no Noroeste.


http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2011/11/policia-militar-reforca-efetivo-no-setor-noroeste-apos-decisao-da-justica.html
PIB:Goiás/Maranhão/Tocantins

Related Protected Areas:

  • TI Santuário Sagrado dos Pajés- `Pajé Santxiê Tapuya´
  •  

    As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.