Eles visitam escolas da região para apresentar a cultura aos estudantes.
O intercâmbio ainda inclui visitas de alunos à aldeia.
Conhecer e preservar a cultura dos índios. Esse é o foco de um projeto desenvolvido pela aldeia Karugwa que fica em Barão de Antonina (SP).
As ações são desenvolvidas em parceria com o Instituto Planeta Terra de Itapeva (SP). Além de irem até as escolas da região, os índios também recebem visitas de alunos.
Quando os alunos vão até a aldeia, eles participam das atividades rotineiras dos índios conforme mostra a reportagem da TV Tem. A equipe acompanhou um grupo de estudantes de Itararé (SP) que foi fazer a visita. Os alunos, com idades entre seis e sete anos, começaram o passeio por uma trilha na mata.
A excursão foi monitorada por um guia. A aula diferente incluiu beber água direto da nascente. Para Stefany Afonso, de seis anos, as árvores e a paisagem fizeram a diferença durante a aula. "É muito legal. É bonito", afirma.
Passeio por trecho de mata foi uma das atrações durante a visita dos estudantes à aldeia.
Já na sede da aldeia, eles tiveram contato com o artesanato produzido pelos índios, uma das maneiras de manter viva a tradição desse povo.
Com a matéria-prima encontrada na natureza, são produzidas peças de decoração, colares, brincos, prendedores de cabelos e até machadinhas com pedras e bambus.
Os alunos ficaram encantados com o arco e a flecha e, também, com a apresentação de dança típica.
Para a professora Valmira Silva, o contato direto é fundamental para o aprendizado. "O primeiro conceito que muda para eles é que o índio existe. Não são aquelas figuras que temos no papel em sala de aula para pintar. Aqui os alunos observam a realidade e participam dos costumes desses moradores. Isso é importante para ajudar a preservar essa cultura, alem de mostrar a realidade do índio no Brasil", afirma.
A aldeia Karugwa preserva a cultura indígena nas formas de artesanato, danças e produção agrícola. Mas no local também é possível perceber a modernização. As casas das 70 famílias que vivem no local são construídas de alvenaria e têm água encanada e energia elétrica.
Para não deixar morrer os costumes, uma escola foi criada no local onde a língua tupi-guarani continua sendo aplicada às novas gerações da etnia. Ter uma escola na aldeia e ter professores capacitados para resgatar e buscar a cultura é uma conquista", afirma o cacique e professor Valdecir Ribeiro Alves.
A questão da língua nativa foi apontada por um estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com os dados da pesquisa, existem no país aproximadamente 780 mil indígenas com cinco anos ou mais, somente 37% falam o idioma nativo. Para o cacique, por esse motivo o resgate cultural é tão importante.
Visitas em escolas
Além de receber estudantes na tribo, os índios da aldeia de Barão de Antonina também vão até as escolas. Vestidos a caráter, eles falam do estilo de vida que levam. Os estudantes se mostram curiosos. Até mesmo o modo como é feita a roupa usada pelos índios eles querem saber. O cacique explica que são feitas de taboa entrelaçada com barbante.
Para a professora Eliana Gehring, a oportunidade do contato é bastante importante do ponto de vista pedagógico. "Nos livros, muitas vezes, a cultura é passada de uma forma muito primitiva. Com este contato, os alunos conhecem e ficam sabendo que a realidade é outra", comenta.
http://g1.globo.com/sao-paulo/itapetininga-regiao/noticia/2012/09/indios-desenvolvem-projetos-em-aldeia-de-barao-de-antonina-sp.html
PIB:Sul
Related Protected Areas:
- TI Barão de Antonina I
As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.