Ação dos fiscais que buscam impedir entrada das chamadas caravanas de pesca na Ilha do Bananal gerou reclamação de índios. Pesca e outras atividades de não índios são proibidas no parque e na terra indígena.
O procurador da República Álvaro Manzano e o antropólogo Márcio Santos acompanharam nesta sexta-feira, 17 de maio, a fiscalização promovida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no Parque Nacional do Araguaia, na Ilha do Bananal. A Operação Mureré faz parte das ações de proteção do parque em 2013, e tem como objetivo coibir a pesca ilegal e invasão do parque e da Terra Indígena Inãwebohona por não indígenas. O foco da fiscalização é o principal acesso terrestre ao parque conhecido como Barreira da Cruz.
Devido à atuação dos fiscais ambientais do ICMBio e de policiais da Companhia Independente de Polícia Militar Rodoviária e Ambiental (Cipra), os indígenas da aldeia Boto Velho informaram que houve críticas de pessoas que deveriam entrar na ilha e foram coibidas pela fiscalização. Durante reunião, o chefe do parque Raoni Japiassu ressaltou a qualificação dos profissionais envolvidos no trabalho e alertou para a possibilidade de disseminação de informações equivocadas aos índios por pessoas interessadas em ingressar na terra indígena nas chamadas caravanas de pesca.
O cacique Vagner Javaé afirmou que os índios são favoráveis à preservação ambiental, mas que devido à grande influência da sociedade envolvente eles cada vez mais precisam de fontes imediatas de renda. Álvaro Manzano ressaltou a necessidade de diálogo dos fiscais com os índios nas ocasiões em houver fiscalizações, comunicando a ação e esclarecendo dúvidas. Quanto à geração de renda, o procurador ressaltou que os projetos apresentam retorno a médio e longo prazo, e que os índios devem ter constância para evitar constantes recomeços nas ações.
Como alternativas para geração de renda, foi encaminhada a realização de uma visita técnica no mês de junho com empresários de turismo dos municípios de Lagoa da Confusão e Caseara para incremento de atividades de turismo na ilha, que já acontecem de forma incipiente. "A atividade turística é uma excelente opção, mas deve haver estruturação dos índios para oferecer serviços e agregar valor a sua atividade", disse Manzano.
O técnico indigenista da Funai Euclides Dias Lopes anunciou a liberação de R$ 200 mil para implementação de projetos de apicultura nas aldeias da Ilha do Bananal, além de investimentos da ordem de R$ 15 mil para provimento de carteiras de pescadores aos índios. Também foi encaminhada a distribuição de combustível aos índios para que realizem ações de fiscalização da pesca irregular no parque e na terra indígena sobreposta, com realização de relatórios especificando os locais fiscalizados e os integrantes das equipes.
http://noticias.pgr.mpf.gov.br/noticias/noticias-do-site/copy_of_indios-e-minorias/mpf-to-acompanha-fiscalizacao-ambiental-no-parque-nacional-do-araguaia-1
PIB:Goiás/Maranhão/Tocantins
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