Com sede de conhecimento e com vontade de aproveitar a área produtiva da aldeia para produzir alimentos com quantidade e qualidade, 60 indígenas terena de Aquidauana participam de capacitação oferecida pelo Serviço de Aprendizagem Rural (Senar/MS), através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Dois cursos de horticultura orgânica e de produtor de mandioca são ministrados para quatro turmas formadas por indígenas homens e mulheres, de várias idades. As aldeias onde serão ministradas as capacitações são a Cruzeiro e a Buritizinho, abrigando aproximadamente 500 famílias da etnia terena.
Durante a aula inaugural, realizada na semana passada, era perceptível o entusiasmo da comunidade. "Nós estamos felizes e com disposição para aprender. Quero agradecer, em nome da comunidade, a iniciativa do Senar/MS. Nossa aldeia é atuante e vai aproveitar todas as informações", afirma o líder indígena da aldeia Cruzeiro, Ivanilson Machado Peixoto. O ex-cacique da aldeia, Alberto Oliveira Dias, acredita que o curso aumentará a renda dos indígenas. "Nós abastecemos duas feiras da cidade. Eu me vejo como produtor e quero melhorar minha produção", destacou Dias.
Para o diretor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do MS (Sistema Famasul - Senar/MS), Clodoaldo Martins, a expectativa é a melhor possível. "O conhecimento ultrapassa fronteiras e obstáculos. É por isso que nós queremos que a comunidade indígena tenha base sólida sobre a produção, aprimore seus conhecimentos e forma de comercialização", declara Martins.
Entre os seis instrutores que ministrarão as aulas nas nove semanas de capacitação está a educadora indígena Tainara Ferreira Terena. A inclusão de uma terena entre os instrutores é importante para fortalecimento cultural e conhecimento das principais demandas dos alunos.
A coordenadora do Pronatec, da Secretaria de Assistência Social, Leide Alcora Argerin, ressaltou que os cursos oferecidos pelo Senar/MS atendem à demanda do município e são bem recebidos pela população.
O curso de horticultura orgânica ocorre na aldeia Cruzeiro e tem duração de 160 hora/aula. O objetivo da capacitação é realizar o tratamento do solo, produzir mudas de qualidade, ensinar à população terena técnicas de comercialização e até mesmo a visão de empreendedorismo no campo. As aulas teóricas serão realizadas junto às práticas para que ao fim do curso, previsto para 15 de agosto, os alimentos sejam colhidos.
Para o instrutor do Senar/MS, Antônio Minari Júnior, o curso mostrará que é possível produzir com qualidade, sem o uso de agrotóxicos. "A horticultura orgânica nos leva a produzir como nossos antepassados, de forma mais saudável e com qualidade", ressalta o educador.
Além do curso de horticultura, outra capacitação ministrada na cidade é o de Produtor de Mandioca, na aldeia Buritizinho. O curso também tem 160 h/aula, vai ensinar aos indígenas técnicas adequadas de preparação de solo, controle de pragas, normas sanitárias, de higiene, saúde e de preservação ambiental, entre outros temas.
http://www.senarms.org.br/imprensa-relese/impresa-release.php?id=3340
PIB:Mato Grosso do Sul
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