Comércio de beira de estrada garante sustento de famílias indígena da tribo Cocal

JG Notícias - http://jgnoticias.com - 28/03/2014
Quem viaja nas estradas brasileiras costuma fazer aquela parada na beira da estrada para assim fazer uma compra rápida, é comum encontrar frutas, doces, e uma diversidade de produtos, oferecidos aos motoristas e passageiros que trafegam pelas rodovias e estradas pelo mundo a fora.

Em Joaquim Gomes não podia ser diferente, e quem ganha com isso são nossos índios, é que a Aldeia Wassu Cocal, recebe a BR 101, uma das mais movimentadas do país, e corta exatamente a tribo Wassu. Por lá, os motoristas podem encontrar nas barracas instaladas ao longo da via opções de alimentos, bebidas e utensílios. A compra feita pelos condutores nos pontos de venda, que funcionam todos os dias da semana, garante a renda mensal de várias famílias.

O povo wassu é beneficiado com as vendas e o interessante, quase tudo que eles oferecem, é da própria aldeia, como as frutas, o doce caseiro, o artesanato, tudo produzido pelo índio urupês. Existe ainda comerciantes que tiram o sustento na beira da estrada.

Em uma parada rápida no trecho mais movimentado por eles, encontramos a "Mine Ceasa do Vila Nova". O nome peculiar chama a atenção de quem chega à barraca do Seu Ailton Gomes de Freitas, índio morador da região Tabira, interior da Aldeia, ele disse que esse nome vem desde quando era criança, os amigos colocaram e daí, não tem como sair, todos me chamam assim, Contou o agricultor, que disse viver da roça.

Mine Ceasa pela variedade de produtos que ele tem a oferecer. Seu "Vila Nova" tem sua barraca abastecida de frutas e água de coco. "A gente fica aqui de domingo a domingo vendendo, e meus amigos também dividem esse espaço comigo" disse. Embora o vendedor não pense em parar de trabalhar na beira da via, ele convive com a insegurança diariamente. "A única segurança aqui é Deus". Acrescentou.

Seu Ailton tem 60 anos, e além da jaca, da manga, banana, o coco e outras frutas, ele disse viver da roça, plantando inhame, macaxeira e outros produtos, tudo para oferecer seus clientes, que vive a passar pela rodovia, e assim tira o sustento da família, pai de oito filhos, quatro deles faleceram, outros casaram e hoje vive em sua simples casa, com a sua mulher e um filho menor.

Na barraca, em que o vendedor está há muitos anos, ele tira uma renda por dia média de 60 reais. Tanto ele como outros vendedores, disseram apurar diariamente entre 50 a 70 reais. Sorridente e muito feliz ele disse: "Quero que o mundo todo me veja, e fiquem sabendo eu amo essa vida, pra mim isso é tudo, se alguém tirar isso de mim, não sei como vou viver. E tem mais, é um prazer, quando para um carreteiro ou qualquer motorista e compra minha mercadoria, mas também me sinto bem, quando chega uma pessoa aqui, dizendo que quer levar uma jaca, mas não tem dinheiro, eu dou com maior prazer". Finalizou o índio agricultor.



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PIB:Nordeste

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