Moradores de Faxinalzinho, norte do estado, rezam missa nesta quarta. Comunidades vizinhas vão tocar os sinos das igrejas em colaboração.
Um mês após o conflito que vitimou dois agricultores no Norte do Rio Grande do Sul, moradores de Faxinalzinho organizam uma missa para homenagear os produtores rurais. A cerimônia está marcada para as 14h desta quarta-feira (28) na Igreja Nossa Senhora Aparecida. Três horas depois, as igrejas de comunidades vizinhas vão tocar os sinos.
"Essa é a hora aproximada que o crime aconteceu", explicou ao G1 o presidente da Associação dos Moradores de Faxinalzinho, Ido Marcon. Cinco pessoas estão presas preventivamente pelo crime no Presídio de Charqueadas.
No dia 28 de abril, os irmãos de 41 e 26 anos foram mortos próximo à estrada que liga Erval Grande a Faxinalzinho, no Norte. Segundo a Brigada Militar, as vítimas tentaram furar um bloqueio imposto por indígenas em estradas da região para reivindicar a demarcação de terras. Os irmãos queriam abrir passagem para caminhões carregados com ração. Houve discussão e os produtores fugiram para um milharal, onde foram mortos a golpes de facões, pauladas e tiros de espingarda.
Ao todo, são 2.734 hectares em disputa em Faxinalzinho. O conflito envolve quase 200 famílias de indígenas e 140 de agricultores, de acordo com dados da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo.
No dia 22 de maio os produtores rurais e integrantes da prefeitura foram a Brasília participar de uma negociação com o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Sobre a área de Mato Preto, que abrange os municípios de Erebango, Erechim e Getúlio Vargas, também no norte do estado, a sugestão do Ministro é considerar o primeiro laudo da Funai que demarcava 657 hectares e não 4.800. Os índios aceitaram o acordo que ainda será analisado pelos agricultores.
A reserva de Passo Grande do Rio Forquilha, em Cacique Doble e Sananduva, não teve definição. Foram apontadas três sugestões para uma área que envolve quase dois mil hectares. A primeira é acomodar os indígenas em 237 hectares e esperar a decisão judicial sobre o restante. A segunda sugere que o governo federal compre outra terra para os indígenas enquanto a justiça analisa o caso. Na terceira possibilidade, os índios permanecem em cerca de trezentos hectares que ocupam atualmente até a decisão judicial. Nenhum das possibilidades agradou aos indígenas e produtores rurais.
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/05/agricultores-mortos-em-conflito-com-indios-no-rs-recebem-homenagem.html
PIB:Sul
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