O mês de abril é o período em que povos indígenas de toda a América Latina se mobilizam para fortalecer suas discussões com a sociedade contemporânea sobre suas lutas e direitos. Em Curitiba, um debate sobre questões indígenas, além de apresentações de canto, dança e venda de artesanato típico marcam a passagem do Abril Indígena, promovido pela Prefeitura, por meio da Assessoria de Direitos Humanos e da Igualdade Racial.
Grupos Kaingang, de Queimadas (PR), e Fulni-ô, de Águas Belas (PE), apresentam neste domingo (17), a partir das 13 horas, no Memorial de Curitiba, suas tradições culturais em apresentações artísticas. O público terá a oportunidade de assistir a trechos de um filme, ainda em elaboração, que está sendo produzido pelos Kaingang. Peças de artesanato típico dos dois grupos também serão vendidos no local.
Na terça-feira (19), a partir das 14 horas, representantes indígenas e servidores municipais de diversas secretarias e das administrações regionais participam da atividade Cine Debate. Após assistirem ao filme de temática indígena, "Mokoí Tekoá Petei Jeguatá - Duas Aldeias, uma caminhada" (2008), o grupo participa de um debate sobre questões pertinentes a causa indígena. "O objetivo do evento é sensibilizar os servidores e capacitá-los para o atendimento de populações indígenas que vivem ou estão em trânsito pelo município", afirma o coordenador da política municipal de Direitos Humanos, Igo Martini.
A atividade será realizada no Cine Guarani e é dirigida exclusivamente aos funcionários da Prefeitura. O evento será realizado em parceria com o Instituto Municipal de Administração Pública (IMAP), responsável pela inscrição dos servidores interessados em participar do Cine Debate.
O antropólogo João Vitor Fontanelli Santos, assessor de Direitos Humanos, explica que os eventos têm como foco principal "a promoção dos direitos da pessoa indígena e o combate aos estigmas" que atualmente essa população enfrenta quando está de passagem e vendendo seus artesanatos nas ruas da capital.
História
No Brasil, mais de 300 etnias indígenas vivem no território nacional. A ancestralidade indígena é encontrada na origem de diversos municípios do país. A cidade de Curitiba e o estado do Paraná têm em seus nomes as raízes indígenas como reflexo da ocupação territorial de grupos Kaingang, Xetá, Guarani-Mbyá, Ñandeva, Kaiowá, habitantes originários e atuais sobreviventes do Sul brasileiro.
"Os indígenas vivem e circulam por esta região desde antes da colonização europeia e da migração forçada de negros tornados escravos, de brancos sobreviventes de guerras e misérias ocorridas no Velho Mundo, entre tantos outros povos que, a partir de então, passam a compor a diversidade humana local. São originários, mas também contemporâneos e partícipes desta diversidade", defende o antropólogo. O Abril Indígena é um evento de reconhecimento às especificidades do modo de vida indígena e as vulnerabilidades que enfrentam no contexto urbano quanto "à reivindicação de seus direitos fundamentais, ainda não plenamente assegurados, como o direito a terra, a saúde, a autonomia, aos costumes e as tradições, entre outros.
http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/apresentacao-de-cantos-e-dancas-indigenas-marcam-evento-pelo-abril-indigena/39444
PIB:Sul
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