União, respeito e reconhecimento de seus direitos e tradições. Estes foram os sentimentos que ecoaram nas ações promovidas pela comunidade Wassu-Cocal e as suas quatro escolas nesta terça-feira (19) nas celebrações alusivas ao Dia do Índio. As atividades aconteceram na localidade Pedrinhas, em Joaquim Gomes.
Mesmo reconhecendo o Ouricuri como principal religião para as 620 famílias e cerca de 2800 habitantes da aldeia, uma missa campal com batizados abriu oficialmente a programação deste dia. Ao invés dos tradicionais cânticos católicos, índios entoavam as canções do seu povo. E além do momento ecumênico e exposições do artesanato local, pinturas e outras atrações tradicionais como o próprio Toré foram apresentadas durante todo o dia para a comunidade e visitantes.
"Nunca deixamos de comemorar esta data, mas a gente continua na luta. Batizados, casamentos, tudo faz parte das comemorações. Nos sentimentos felizes pela valorização. E deixamos estes ensinamentos para as crianças e jovens, que serão os guerreiros de amanhã. Temos uma cultura renitente, nativa e jamais deixaremos acabar", declarou o Cacique da Wassu Cocal, Geová José Honório da Silva.
Segundo a diretora da Escola Estadual Indígena Manoel Honório, Rosineide dos Santos Silva, um dos grandes focos da comemoração é a unidade entre escola e comunidade. "Tudo começa pela nossa união. Estamos sempre dando continuidade aos trabalhos em busca da educação indígena que queremos", destacou.
Semana Pedagógica
De acordo com a coordenadora pedagógica Geovânia Maria Honório da Silva, as quatro escolas indígenas da rede estadual que compreendem a comunidade - Pré-escola Marlene Marques dos Santos, José Máximo de Oliveira, José Manoel de Souza e a Manoel Honório - iniciaram as comemorações desde a segunda-feira (11) com uma semana inteira de atividades.
"Elaboramos uma semana pedagógica retratando toda trajetória da aldeia: demarcação, comidas típicas, cultura com o toré, pintura e contação de histórias pelo Cacique Geová José e o Pajé José Cícero da Silva", explicou a coordenadora.
Para Izabel Maria da Silva, estudante da 2ª série do Ensino Médio da Escola Estadual José Máximo, a semana fortaleceu ainda mais seu sentimento de pertencimento. "Ouvimos anciões, como o Sr. Kindio, que são arquivos vivos da aldeia, sobre os dialetos, as pinturas e seus significados. Logo vamos ter índios formados em várias áreas. Logo vamos ter índios médicos", comemorou a estudante, que pretende cursar Marketing Empresarial.
Oferta
Segundo o gerente da 12ª Gerência Regional de Educação (Gere), Cícero Pinheiro, cerca de 800 estudantes são atendidos pelas quatro unidades, desde a pré-escola até a 2ª série do Ensino Médio, além da Educação para Jovens e Adultos.
"Ficamos muito empolgados a cada visita, pois, todas as vezes que chegamos aqui, encontramos a sala cheia, inclusive no horário noturno. Saímos fortalecidos", considerou.
Cícero destaca também a boa relação entre as quatro unidades como ponto forte para o desenvolvimento da qualidade da educação na região.
"Além de contarmos com todos os professores graduados ou pós-graduados trabalhando desde disciplinas do currículo da Educação Básica até Educação Indígena, pela facilidade da relação entre as quatro unidades, conseguimos unificar o ensino e agregar o currículo, entre área de atuação e vivência. Nosso papel fica apenas em dar o apoio e as condições. O trabalho é feito por eles, com eles e para eles", pontuou.
http://www.tribunahoje.com/noticia/176503/interior/2016/04/20/aldeia-wassu-cocal-integra-comunidade-para-comemorar-o-dia-do-ndio.html
PIB:Nordeste
Related Protected Areas:
- TI Wassu-Cocal
As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.