Fogo se alastra na Terra Indígena de Aracruz há dois dias

Século Diário seculodiario.com.br - 07/04/2017
Um incêndio iniciado há cerca de dois dias numa área de turfa localizada entre as aldeias de Caieiras Velha, Boa Esperança e Três Palmeiras, em Aracruz (norte do Estado) continua se alastrando em direção à mata. Lideranças Guarani e Tupiniquim contam que, apesar de vários chamados, o Corpo de Bombeiro afirma não ser possível controlar o fogo, por estar em área de turfa.

"Já ligamos várias vezes, vemos o carro dos Bombeiros passando pela região, mas ninguém foi ainda ao local do incêndio. Um bombeiro chegou a dizer que eles só podem ir lá depois que um cacique for em Santa Cruz autorizar a entrada dos bombeiros nas aldeias", relata Mayno Cunha da Silva, educador indígena em Três Palmeiras.

Foram os moradores de Três Palmeiras e Boa Esperança os primeiros a perceberem a fumaça, há dois dias. Nesta sexta-feira, ela já é avistada por toda a Terra Indígena e para além dela, nos bairros de Santa Cruz e Balsa.

"A fuligem já está entrando em nossas casas e causando problemas respiratórios, principalmente nas crianças", alerta o educador, lamentando ainda a notícia de que cinco estudantes de Três Palmeiras faltaram as aulas desta sexta-feira para tentar apagar o fogo, voluntariamente. "É perigoso pra eles, foram movidos pelo desespero. Nosso usufruto a gente tira da mata", ressalta.

Vilson Benedito, o Jaguareté, chefe da coordenação técnica local da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Aracruz e liderança indígena em Caieiras Velha, conta que lhe chegaram denúncias de que caçadores costumam atear foto perto dos brejos para encurralar capivaras e pacas. "Pode ter sido essa a causa do incêndio", avalia. Técnicos da Funai estão indo a campo checar as informações.



http://seculodiario.com.br/33550/10/fogo-se-alastra-na-terra-indigena-ha-dois-dias
PIB:Leste

Related Protected Areas:

  • TI Tupiniquim
  •  

    As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.