Após quase dois meses de conflito, os índios da Reserva do Ligeiro, em Charrua, no Norte do Rio Grande do Sul, chegaram a um acordo na quinta-feira (5). Com isso, os cerca de 400 indígenas abrigados em um ginásio da cidade poderão voltar para a aldeia.
O acordo foi obtido por meio de reunião do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Franklimberg Ribeiro de Freitas, com representantes dos índios, que esteve no ginásio onde estão abrigados os índios para ouvir o grupo e mediar os conflitos que tiveram início em agosto.
O conflito já resultou na morte de uma pessoa, além de carros e casa incendiados. O motivo seria uma disputa pelo controle da reserva, bem como do dinheiro obtido por meio do arrendamento de terras.
No começo de setembro, cinco pessoas foram presas em uma operação para conter a violência, e o policiamento foi reforçado na cidade. As aulas em escolas da cidade foram suspensas por conta da instabilidade.
Os indígenas abrigados no ginásio poderão voltar para casa, mas eles ainda dizem temer pela segurança. "Pedimos segurança, ams que possa entrar com a liderança nova, para poder melhorar a nossa aldeia", afirmou o líder indígena Gilberto Antônio.
Após o encontro no ginásio, o presidente da Funai foi até a Reserva do Ligeiro onde se encontrou com lideranças que ficaram no local. Eles disseram que o grupo que está no ginásio poderá voltar, além de ter disponibilizado cinco vagas no conselho que administra a reserva.
"Estamos entrando em acordo com eles, que voltem para casa e nós damos segurança, total segurança. Nós colocamos nossa vida em risco dizendo isso porque a gente assina até um termo de ajuste junto ao Ministério Público e Polícia Federal, que nada vai acontecer com esse pessoal ao retornarem paras suas terras porque lá onde eles estão não é vida pra ninguém", disse o líder indígena Lairton Ferreira.
O diálogo com ambas as lideranças é o principal avanço desde o início do conflito. A data para o retorno deve ser marcada pela Funai nos próximos dias, com apoio da Polícia Federal.
"Para que tenhamos alguns agentes da Polícia Federal apoiando também essa transição da chegada dos companheiros que estão lá no ginásio", disse o presidente da fundação, afirmando que um servidor da Funai acompanhará todo o processo.
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