Novidade, sessões em realidade virtual beiram a lotação máxima

FSP, Ilustrada, p. C4 - 01/11/2017
Novidade, sessões em realidade virtual beiram a lotação máxima

GUILHERME GENESTRETI
DE SÃO PAULO

Não é Michael Haneke nem Andrey Zvyaginstev, tampouco Martin McDonagh. Mas 19 títulos da Mostra de Cinema de SP, que termina nesta quarta (1o), têm tido exibições quase tão lotadas quanto a desses diretores. Talvez até mais.
Novidade desta edição do festival, os filmes em realidade virtual têm tido sessões em média 90% cheias, segundo dados da própria Mostra. Todos são exibidos em seis horários diários no CineSesc -os últimas são nesta quarta.
Produções com o recurso vêm ganhando fôlego- e respeito cinematográfico- especialmente após o Festival de Cannes ter abrigado, em maio, o vídeo "Carne y Arena", do mexicano Alejandro González Iñárritu, que vai ganhar um Oscar especial em novembro.
A organização da Mostra de SP dividiu os 19 filmes em 6 sessões. Dá para nadar com golfinhos, ficar no meio de uma apresentação de dança, visitar uma aldeia indígena e um campo de guerra.
Em todos eles, o espectador é convidado a portar óculos de realidade virtual e usar um fone. Todos os vídeos são curtos -o mais longo tem 15 minutos-, e cada um tem um estilo próprio (uns realistas, outros em animação).
Na Sessão Empatia há quatro filmes que se distinguem porque são relacionados a uma causa social.
Estão nele, por exemplo, os únicos filmes brasileiros da programação: "Fogo na Floresta" e "Rio de Lama", ambos feitos por Tadeu Jungle.
Enquanto o primeiro transporta o espectador para uma aldeia no Xingu e o faz testemunhar as queimadas na região, o outro destrincha o desastre ecológico de Mariana.
A Sessão Imersão é dividida em dois eixos,e o que chama a atenção neles é o quanto a pessoa se sente dentro da experiência. O francês "Dolphin Man", por exemplo, leva para o fundo do mar. Já o franco-britânico "Notes on Blindness" espreita o mundo pela percepção de um cego.
Na Sessão Infantil são privilegiados vídeos para crianças. Na Sessão Dezoito Mais, os dois vídeos mais "gráficos". Enquanto "Proxima" traz imagens de nudez, "Bloodless" mostra sangue para abordar os casos de violência contra prostitutas em bases americanas na Coreia do Sul.
Esse último levou o prêmio de melhor história em realidade virtual no Festival de Veneza, que teve, em setembro, sua primeira mostra competitiva com o recurso.
Na sexta das sessões, a HTC, o que muda é a forma como o espectador desfruta dos vídeos. Em todas as outras cinco, fica-se sentado numa poltrona giratória que permite visão de 360 graus. Nesta, é necessário ficar de pé porque é possível "caminhar dentro" do que é exibido.
HTC é o nome dos óculos, mais potentes que os outros. Em "After Solitary" é possível ter uma ideia de como é uma cela solitária, por meio do relato de um ex-presidiário, que relata a rotina ali.
Já "Nothing Happens" coloca o espectador dentro de um universo de animação em 2D.

REALIDADE VIRTUAL
DIREÇÃO vários diretores
MOSTRA sessões nesta quarta (1o) às 15h30, 16h30, 17h30, 18h30, 19h30 e 20h30, no CineSesc (r. Augusta, 2.075, tel. 3087-0500)
QUANTO grátis


FSP, 01/11/2017, Ilustrada, p. C4

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/11/1931933-novidade-sessoes-em-realidade-virtual-beiram-a-lotacao-maxima.shtml
Produção Cultural:Cinema, TV, Vídeo

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