A terra do povo Juma, que fica no entorno da rodovia BR 210, a Transamazônica, em Canutama, no sudoeste do Amazonas, está sendo invadida por madeireiros e caçadores. Os Juma são indígenas em risco de extinção. Há apenas quatro deles (um homem e suas três filhas), que lutam para sobreviver através dos laços de casamento e parentesco com os índios Uru-Eu-Wau-Wau, de Rondônia.
A denúncia foi enviada à agência Amazônia Real por meio de vídeos via Facebook pela liderança Erowaque Uru-Eu-Wau-Wau, que é casado com Borehá Juma, uma das filhas do guerreiro Aruká.
Entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro, Erowaque e outras lideranças Uru-Eu-Wau-Wau fizeram uma expedição para investigar os danos ambientais causados pela frente de extração de madeira ilegal a Terra Indígena Juma. Os índios encontraram clareiras abertas, acampamentos, animais silvestres mortos, além de assoreamento nas margens do rio Assuã, um afluente do rio Purus, a mais de 1.100 quilômetros de distância de Manaus, região da Amazônia Ocidental.
Para dar visibilidade à denúncia dos Juma-Uru-Eu-Wau-Wau, a Amazônia Real está divulgando nesta quinta-feira (07) os vídeos feitos por Erowaque em todas as redes sociais e enviará o caso ao Ministério Público Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai) para as devidas providências.
Durante a expedição para apurar o desmatamento na terra Juma, Erowaque Uru-Eu-Wau-Wau utiliza o celular para contar como os madeireiros estão invadindo o território.
"Nós saímos da estrada e encontramos madeira cortada. O madeireiro está usando motosserra e carregando nas costas. Eles mataram anta, mutum, queixada. Mataram uns 15, uns 30... animais. Só que o Barreira (a localidade) é na área do Juma, estragaram tudo", disse a liderança.
Na Terra Indígena Juma vivem o guerreiro Aruká, que tem mais de 80 anos e suas filhas, casadas com Uru-Eu-Wau-Wau, e os netos. Eles são os últimos sobreviventes da etnia Juma, povo da família linguística Tupi-Guarani, denominado Kagwahiva. Os Juma sofreram massacres e quase foram dizimado ao defender o território da invasão de seringalistas e comerciantes de castanha na década de 60.
Retirados da terra tradicional no final dos anos 90, o pequeno grupo de sobreviventes Juma retornou à aldeia no rio Assuã no ano de 2015. Eles vivem em situação de alta vulnerabilidade social e cultural, segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio). Mas os costumes tradicionais estão sendo seguidos pelos jovens e as crianças. Veja o vídeo abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=-6aNDLB8Y8Q
http://amazoniareal.com.br/amazonia-em-risco-madeireiros-invadem-terra-dos-indios-juma/
PIB:Juruá/Jutaí/Purus
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