Após o processo seletivo de contratação de serviço de apoio à Gestão da Estação Ecológica de Maracá, o Conselho Indígena de Roraima (CIR), Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) firmaram oficialmente, no dia 8, a parceria do projeto Motivação e Sucesso na Gestão das Unidades de Conservação Federal (MOSUC). O contrato de serviço foi assinado pelos auxiliares operacionais de logística, indígenas, e as entidades executoras do projeto.
O contrato, oficializado, na sede da Estação Ecológica de Maracá, localizada no município de Alto Alegre contou com a presença dos três auxiliares operacionais, indígenas, Itamar de Souza Firmino, Ricardo Patrício de Souza e Glebson Calixto da Silva, todos da comunidade indígena Boqueirão, região do Tabaio, município de Alto Alegre, uma das comunidades do entorno da Estação. Entre as atividades que serão desenvolvidas pelos auxiliares são: apoiar a abertura e manutenção das unidades amostrais de monitoramento; apoiar a manutenção das de acesso ao interior da unidade; apoiar e acompanhar a coleta de dados do monitoramento aquático; manter acampamento de pesquisa funcionais; elaborar relatório trimestral de atividades; e outras.
Houve também a presença do Tuxaua da comunidade Boqueirão, Manoel Viriato, da Secretária do Movimento de Mulheres Indígenas do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Maria Betânia Mota de Jesus, da coordenadora do departamento de Gestão Ambiental e Territorial, Sineia Bezerra do Vale e o Analista Ambiental do ICMBio, Marcelo Carvalho.
Para a Secretária, o projeto veio para fortalecer a parceria entre o CIR, ICMBio e as comunidades indígenas do entorno da Estação Ecológica de Maracá, um lugar de preservação ambiental e hídrica, onde se tem nas proximidades territórios indígenas. "Esse apoio veio para fortalecer a parceria entre o CIR, ICMBio e as comunidades indígenas do entorno da Estação Ecológica de Maracá, um lugar de preservação ambiental e hídrica, cercada por territórios indígenas" destacou Maria Betânia.
Betânia falou também da importância de preservar a Estação Ecológica, pelo fato de que as comunidades dependem de um lugar como a Estação. "Ilha de Maracá é um espaço que deve ser preservado, tanto a parte ambiental quanto hídrica, isso é importante porque as nossas comunidades indígenas também dependem do que o meio ambiente oferece" destacou Maria afirmando que ao buscar esse fortalecimento, as comunidades indígenas também se fortalecerão e cada vez mais avançará no seu desenvolvimento sustentável.
Na celebração do contrato, Tuxaua Manoel Viriato pediu aos novos auxiliares operacionais, compromisso e responsabilidade no trabalho. "É importante exercerem com compromisso esse trabalho, um compromisso que devem levar até o final do contrato" pediu o Tuxaua, experiente na função há mais de 25 anos.
O auxiliar indígena selecionado, Ricardo Patrício de Souza, 36 anos, do povo Macuxi, um pesquisador indígena da região que já atuava na Estação desde 2004, disse que a expectativa é obter mais conhecimento junto com os demais indígenas. "Minha expectativa é ter mais conhecimento, junto com os demais companheiros que estão iniciando os seus trabalhos por aqui, porque antes era só eu e agora, tem mais dois para ajudar nos trabalhos" disse Ricardo.
O Conselho Indígena de Roraima (CIR) por meio do departamento de Gestão Territorial e Ambiental há mais três anos já vem executando projetos em parceria com o ICMBio. A última parceria foi através do projeto ARPA que contemplou a implementação do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) das terras indígenas Boqueirão, Mangueira e Anigal, com a execução de três projetos, viveiros de mudas nas comunidades indígenas Aningal e Vida Nova, região Amajari, o viveiro de café orgânico na comunidade indígena Mangueira e de criação de peixe tambaqui na comunidade Boqueirão, terra indígena Boqueirão, região do Tabaio.
Para a gestora ambiental, coordenadora do departamento de Gestão Ambiental e Territorial, Sineia Bezerra do Vale, membro titular no Conselho da Estação Ecológica de Maracá pelo CIR destaca que as parcerias vêm para fortalecer o CIR, as instituições parceiras e principalmente, as comunidades indígenas do entorno da Estação. "São parcerias que vem para fortalecer as comunidades e o seu desenvolvimento sustentável, a nossa organização indígena CIR e são parcerias que tem dado certo, onde o foco é o bem viver dos povos indígenas e o fortalecimento das comunidades indígenas" disse Sineia.
Sineia também destacou a importância dos auxiliares indígenas que trabalharão no ramo da pesquisa científica das plantas, frutas, animais, conhecimentos que se associam aos conhecimentos tradicionais. "Os auxiliares, que são os próprios indígenas, vão trabalhar com árvores, borboletas, mamíferos, então é um trabalho bem importante, porque além dos conhecimentos tradicionais que os povos indígenas já têm, essa é outra versão de trabalhar a questão cientifica e isso se completa no conhecimento desses povos, tanto interno quanto externo das comunidades indígenas" analisou a gestora ambiental.
Fazendo uma breve análise sobre a gestão dos territórios e mudanças climáticas, temas que tem sido constante nas discussões das comunidades indígenas, Sineia analisou que esses conhecimentos científicos são relevantes às comunidades indígenas que hoje discutem o assunto. "Na gestão dos territórios e mudanças climáticas, hoje, esses conhecimentos são relevantes para essas comunidades indígenas que estão tratando desse tema, e isso fortalece próprias comunidades indígenas com esses conhecimentos cientificamente" destacou Bezerra.
Como resultados dessa nova parceria, o chefe da Estação Ecológica da Ilha de Maracá, Bruno de Souza Campos destacou dois pontos importantes, a oportunidade de gerar emprego e atender uma necessidade da Estação.
"Uma parceria que já existia e tem tudo para se fortalecer cada vez mais. O CIR e o ICMBio tem no fundo o mesmo objetivo que é a conservação das áreas protegidas seja terras indígenas, seja unidades de conservação e juntar tudo isso é uma grande possibilidade de criar corredores ecológicos, estabelecer parcerias mais fortes, as comunidades indígenas e as unidades de conservação" reforçou Bruno manifestando felicitações ao CIR e no desejo de a "iniciativa de sucesso", como ele mesmo destaca, seja replicada em outros momentos e parcerias fortes também.
http://www.cir.org.br/site/?p=565
UC:Estação Ecológica
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