Indígena morto no MS: Justiça sugere que STF inclua caso em conciliação sobre marco temporal
Comissão designada para tratar do assunto tem governador do estado entre os integrantes
Rodrigo Castro
20/09/2024
A Justiça Federal de Ponta Porã (MS) determinou que o STF seja oficiado para analisar a possibilidade de incluir nas rodadas conciliatórias sobre o marco temporal o conflito que resultou na morte a tiros de um indígena guarani kaiowá, na terra Nhanderu Marangatu, em Antônio João.
A determinação foi dada em uma decisão que manteve o policiamento ostensivo na Fazenda Barra, onde o indígena foi morto por um agente e palco de disputas entre fazendeiros e os povos originários.
O juiz federal Cristiano Harasymowicz orientou o envio dos autos à comissão especial designada para tratar das ações envolvendo o marco temporal para demarcação de terras indígenas. Um dos integrantes da comissão, veja só, é o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB).
Soma-se a isso o fato de a dona da Fazenda Barra, Roseli Ruiz, ter sido indicada para participar da próxima audiência de conciliação no STF. Seu nome foi sugerido por PL e Republicanos, autores de uma das ações que resultaram na mesa instituída por Gilmar Mendes.
E tem mais: a filha de Roseli, Luana Ruiz, é assessora especial da Casa Civil do governo de Mato Grosso do Sul e advogada da ação que permitiu a ronda da PM na Fazenda Barra.
O indígena Neri Ramos da Silva, de 22 anos, morreu anteontem vítima de um disparo de um policial na região da Fazenda Barra. Na quinta-feira passada, outros dois indígenas ficaram feridos em confronto com os agentes, que fazem a proteção do local após determinação da Justiça Federal de Ponta Porã. A decisão permitiu a ronda ostensiva, com vigilância 24 horas.
https://oglobo.globo.com/blogs/lauro-jardim/post/2024/09/indigena-morto-no-ms-justica-sugere-que-stf-inclua-caso-em-conciliacao-sobre-marco-temporal.ghtml
PIB:Mato Grosso do Sul
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