Sonia Guajajara silencia sobre assassinato de indígena no AM

AGÊNCIA CENARIUM - https://agenciacenarium.com.br - 08/01/2025
MANAUS (AM) - Até a tarde desta quarta-feira, 8, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, não se manifestou publicamente sobre o estupro coletivo e assassinato de uma indígena da etnia Baré, identificada como Rosimar Santos de Oliveira, de 48 anos. O crime foi registrado na última sexta-feira, 3, após a vítima ser encontrada morta em uma área central de Barcelos (AM), município localizado a 399 quilômetros de Manaus.

A CENARIUM tenta contato com Guajajara desde a segunda-feira, 6, para posicionamento sobre o caso, mas até o momento não houve retorno. Em seu perfil na plataforma X (ex-Twitter), a autoridade fez quatro publicações nos últimos dias, mas nenhuma faz menção ao assunto. Na terça-feira, 7, ela publicou um texto, no qual demonstra preocupação sobre a mudança de diretrizes da plataforma Meta. Já nesta quarta-feira, 9, uma nova publicação da autoridade fala sobre os ataques do 8/1 e Democracia. Veja:

Na segunda-feira, a reportagem conversou com uma das sobrinhas de Rosimar, Leidiane Mardelo dos Santos. A familiar da vítima fez um apelo às autoridades nacionais pedindo justiça para o caso. Na manifestação, Leidiane chegou a mencionar a ministra dos Povos Indígenas, além da presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana.

"Como sobrinha, eu venho pedir ajuda das autoridades para que a Justiça seja feita pela minha tia [...] Venho pedir a vocês, autoridades nacionais, à ministra dos Povos Indígenas [Sonia Guajajara] e à presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas [Joenia Wapichana], nos ajude. Eu faço um apelo: peço a cada um de vocês que nos ajude", afirmou a familiar da vítima.

Funai diz que presta assistência
Em nota publicada nesta quarta-feira, a Funai afirmou que presta assistência à família de Rosimar, por meio de uma equipe socioassistencial que se deslocou ao município. O órgão também informou que trabalha com outras instituições para garantir que os suspeitos pelo crime sejam responsabilizados e para que a família da vítima receba o suporte socioassistencial e psicológico adequado às especificidades étnicas.

"Ao tomar conhecimento da denúncia, a Funai acionou a Força Nacional para garantir a segurança e integridade da população local e mediar possíveis situações de conflitos interétnicos. Simultaneamente, uma equipe se deslocou para Barcelos a fim de estabelecer diálogos com a rede socioassistencial para apoio à família e acompanhar o caso junto ao Sistema de Segurança Pública", diz trecho da nota.

O órgão também reforçou que, em hipótese alguma, casos de violência podem ser vistos sob a perspectiva cultural. "As culturas indígenas, nas suas diferentes expressões, são constituídas por valores de respeito, equilíbrio e harmonia, tanto com a natureza quanto nas relações humanas. Apesar de interpretações distorcidas, é preciso distinguir os atos individuais, muitas vezes alimentados por desigualdades sociais e contextos de exclusão, das verdadeiras tradições e valores indígenas", afirma.

Entenda o caso
A mulher indígena da etnia Baré, identificada como Rosimar Santos de Oliveira, de 48 anos, foi estuprada e assassinada na última sexta-feira, 3, no município de Barcelos (AM). De acordo com informações repassadas à CENARIUM por familiares da vítima, os suspeitos de cometerem os crimes gravaram o ato criminoso e o conteúdo circula em conversas de aplicativos de mensagens.

Integrante da Asiba, Rosimar foi encontrada morta em um terreno localizado na rua vereador José Basílio, nas proximidades do Hospital Geral de Barcelos, na região central do município. O corpo da vítima apresentava sinais de estupro e violência, conforme os familiares dela.

Nessa terça-feira, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) determinou a prisão preventiva de dois indígenas da etnia Yanomami por suspeita de envolvimento nos crimes. A CENARIUM apurou que um dos suspeitos com a prisão decretada é o indígena Sirrico Aprueteri Yanomami, de 19 anos. Ele foi preso em uma comunidade rural do município e transferido para Manaus.

Além dele, um segundo homem, identificado como Sandoval Aprueteri Yanomami, foi detido para prestar esclarecimentos por suspeita de tentativa de facilitar a fuga do homem. Conforme o advogado que assiste à família da vítima, Francisco Felipe Leal, o homem foi conduzido à delegacia para assinatura do Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), procedimento para registrar um fato como infração de menor potencial ofensivo.

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PIB:Roraima/Mata

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