Moradores querem intervenção do Estado na disputa de terras com índios

24 horas news - 17/02/2008
A disputa por terra entre índios e não-índios na região do Jarudore, distrito de Poxoréu, preocupa ambos lados. Representante de moradores da vila de Jarudore diz que não-índios do local temem possíveis represálias diante da imagem que vem sendo construída deles, em muitos meios de comunicação, como "exterminadores" de índios. Para os moradores, a solução mais viável para o impasse é a intervenção da Prefeitura de Poxoréu e do Estado na questão,
propondo uma permuta de terras com os índios bororos.

Para os moradores de Jarudore, a solução mais viável para o impasse é a intervenção da Prefeitura de Poxoréu e do Estado na questão
A área em disputa tem 4.706 hectares, registrada como reserva indígena, tendo em seu território a vila de não-índios. Conforme Carlos Ferreira Graciano Junior, professor e morador da vila, a proposta de uma permuta de terras com os índios, que receberiam uma área mais ampla e ainda não antropizada (sem ação do homem) em outro lugar, foi feita em uma audiência pública da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, em 2006, mas não foi adiante. "Não estamos falando nada à revelia. Tem de haver um consens", ponderou o professor, lembrando que a proposta nunca foi discutida entre índios e não-índios.

Justificando a permuta, Carlos Ferreira aponta que a área de 4.706 hectares é muito pequena para uma reserva indígena, estando ainda antropizada. Também alega que a aldeia tem poucos índios, em torno de 15, enquanto que, por outro lado, são cerca de 680 moradores não-índios. Além do mais, aponta que a demarcação da área coincide com a presença dos nãoíndios. "Quando se teve a última demarcação da área, em 1951, já tinha uma série de registros da presença de não-índios no local, como a existência da escola em 1947", argumenta.

Nesse contexto, Carlos Ferreira reclama da ausência dos poderes constituídos no impasse de Jarudore desde a sua ocupação por não-índios, na década de 1940. "Os poderes constituídos não têm dado a devida atenção a essa questão. Não há ninguém que tenha intervindo e proposto um diálogo entre índios e não-índios", analisa. "Desde o começo, o Estado foi inoperante para defender os interesses dos índios", acrescentou, informando que uma série de benfeitorias foram sendo feitas ao longo do tempo pelos órgãos governamentais para os moradores na área. e de registro público
PIB:Leste do Mato Grosso

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