Índios de Ubatuba (SP) mantêm técnicos da Funasa como reféns

Agência Brasil - 29/05/2008
Brasília - Desde a manhã de hoje (29), índios Guarani mantêm seis técnicos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) como reféns em uma aldeia de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Por meio de nota, a Funasa afirmou que a coordenação estadual do órgão conseguiu fazer contato com um dos técnicos que informou que todos estavam bem, embora não pudessem deixar a aldeia.

A Funasa já pediu à Polícia Federal que garanta a integridade física dos servidores e diz não ter recebido qualquer reivindicação da comunidade indígena. A fundação garante que está tentando entrar em contado com o cacique da Aldeia Renascer.

Desde o começo da semana, índios de várias partes do país têm invadido prédios públicos e realizado protestos por diferentes motivos.

Na segunda-feira (26), índios invadiram a sede regional da Funasa em Cuiabá (MT). Eles protestavam contra a falta de repasses de verbas para a saúde indígena e contra a Portaria 2.656, publicada pelo Ministério da Saúde em outubro do ano passado. Apesar de o órgão ter obtido uma liminar de reintegração de posse na noite de ontem (28), o prédio continua ocupado.

Durante dois dias, índios Pataxó bloquearam o trânsito de veículos na rodovia estadual mineira MG-232, em um ponto próximo à cidade de Carmésia, no Vale do Rio Doce. A rodovia foi liberada ontem (28). A comunidade pede que a empresa mineradora MMX estude medidas de compensação aos índios pelo aumento do tráfego de caminhões na estrada que corta a aldeia. Os indígenas detiveram cinco veículos que, segundo eles, prestavam serviço à mineradora.

Na manhã de terça-feira (27), índios ocuparam a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Dourados, município localizado a cerca de 200 quilômetros de Campo Grande (MS). Eles pediam a substituição da administradora regional do órgão, Margarida Nicoletti.

Na noite do mesmo dia, índios invadiram a sede da Funasa em Curitiba (PR). Eles liberaram todas as pessoas que se encontravam no interior do edifício, mas condicionaram a desocupação do prédio à atualização do valor repassado para a Associação de Defesa do Meio-Ambiente de Reimer, organização não-governamental que cuida do atendimento médico das reservas indígenas do Paraná. Eles também exigiam a reativação do contrato com uma empresa de transporte responsável por levar crianças e doentes para consultas fora das aldeias. O grupo só deixou o prédio após a Funasa garantir que a autorização para o repasse seria publicado no dia seguinte (29).

Ontem à noite (28), a sede da Funasa em Porto Velho (RO) também foi invadida. O motivo apresentado para justificar a invasão seria o mesmo das outras manifestações: exigir repasses atrasados para a saúde indígena. Segundo a assessoria do órgão, até o início da noite de hoje (29), o prédio continuava ocupado.
PIB:Sul

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