Índios e Funasa chegam a um acordo

Paraná Online - www.parana-online.com.br - 13/06/2008
Um encontro realizado na manhã de ontem em Brasília pôs fim ao imbróglio envolvendo os índios do Paraná e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

Os serviços de transporte que davam suporte ao atendimento de saúde nas 50 aldeias do Estado tinham sido interrompidos mês passado, depois do término do contrato com a empresa que fazia o trabalho.

A Funasa se comprometeu a locar 17 carros, comprar outros dez e a arrumar os que estavam com problemas. Dentro de 20 dias, os primeiros veículos devem começar a operar.

Na última segunda-feira, os índios ocuparam o prédio da Funasa em Curitiba, onde funcionam também outros órgãos do governo federal. Os trabalhos foram interrompidos por algumas horas. Depois de um acordo firmado com a direção estadual da Funasa, os índios aceitaram ficar apenas no 8.o andar, onde funciona o órgão. Mesmo assim, os trabalhos não foram interrompidos.

Paralelo a isso, como forma de pressionar o governo, os índios também bloquearam o tráfego na BR-277 e em dois pontos da BR-373, ambos no interior do Estado. Enquanto isso, uma comissão formada por dez índios foi até Brasília em busca de uma solução e o acordo foi firmado na manhã de ontem.

O presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena do Paraná, Renato de Moraes, saiu satisfeito com a solução. "Conseguimos nosso objetivo", disse. Ele explica que os carros são usados para transportar equipes de saúde e também levar pacientes para atendimentos em hospitais.

Depois do acordo, os índios deixaram o prédio da Funasa e desbloquearam a BR-373.

Irregularidades

Índios e Funasa negaram as informações dadas pelo índio caingangue Rildo Mendes, integrante da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul. Ele havia dito que foram apontados indícios de irregularidades no serviço de transporte, afirmando que eram usados "carros de ficção".

No entanto, segundo Renato Moraes, Rildo não é do Paraná e não tinha conhecimento do sistema de saúde implantado no Estado. Ele atesta que as informações prestadas por Mendes são infundadas. "Eu moro na aldeia Manguerinha e lá tinha três carros. Todos estavam em operação", explica.

A assessoria de imprensa da Funasa no Paraná também negou qualquer tipo de irregularidade cometida pela empresa que prestava o serviço. Disse que novas parcelas de pagamento só eram liberadas mediante a prestação de contas. Assim como a Funasa e o Conselho Distrital, os próprios índios atuavam como fiscais do serviço. Além disso, a empresa que fazia o serviço foi contratada por meio de pregão eletrônico.
PIB:Sul

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