Empresa de engenharia submarina Subsea 7 fará investimentos de R$ 100 milhões no Litoral do Paraná; questões ambientais geram polêmica
Curitiba - A empresa norueguesa Subsea 7, especializada no desenvolvimento, operação, inspeção e manutenção de campos submarinos de óleo e gás, pretende iniciar a operação da fábrica em Pontal do Paraná, no Litoral do Estado, ainda este ano. Tudo vai depender da liberação definitiva para a construção da fábrica. Por enquanto, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) concedeu licença prévia para o empreendimento. Esta licença dá condicionantes, parâmetros e planos básicos ambientais prévios, para somente depois ser emitida a licença de instalação.
O investimento da empresa será de R$ 100 milhões e a previsão é que a unidade da fábrica no Paraná atinja capacidade de 400 quilômetros de tubos por ano. A outra fábrica da Subsea 7 no Brasil, localizada no Espírito Santo, produz entre 100 e 150 quilômetros anualmente. A unidade paranaense irá realizar a soldagem e embarcação de tubos rígidos de aço, que serão utilizados para a extração do pré-sal. Com isso, o Paraná poderá receber parte dos royalties da retirada do petróleo. Os royalties serão concedidos aos estados que possuem proximidade com a região de extração (Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro) e também aos que possuem empresas que produzam material necessário para o trabalho.
Está prevista a criação de 600 postos de trabalho diretos e permanentes. Destes, a Subsea 7 estima que 80% sejam de trabalhadores que já residem na região. Estudos feitos pela empresa apontam que o município de Pontal do Paraná irá receber R$ 3,8 milhões por ano em receitas de Imposto Sobre Serviços (ISS). Isso equivale um aumento de quase 160% no que arrecada atualmente. Sobre o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), que amplia o benefício para todo o Estado, a geração anual será de R$ 10,8 milhões.
A escolha por Pontal do Sul deve-se pela localização, próxima do Porto de Paranaguá, além do Estado possuir acesso a trabalhadores qualificados. ''Foram determinantes para a definição conceitos geográficos e sócio-econômicos'', explica o diretor-executivo da Subsea 7, José Augusto Fernandes.
Polêmica ambiental
A questão ambiental sobre a instalação da fábrica tem levantado polêmicas. Técnicos de dentro do IAP seriam contra as construções na região e dizem que a região pode sofrer com impactos ambientais. Segundo a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (Spvs), a liberação da licença para a instalação da fábrica seria uma ação política, e não técnica.
Segundo o diretor-presidente da Subsea 7 no Brasil, Victor Snabaitis Bomfim, apenas 3% dos 2,6 mil hectares adquiridos pela empresa serão utilizados para a construção da fábrica. O restante será transformado em área de preservação ambiental. ''Todo empreendimento construído gera impacto. Trabalhamos para que seja mínimo, incluindo medidas de compensação'', explica.
A consultora ambiental da empresa, Annelissa Gobel Donha, da AAT Consultoria Ambiental, explica que os cuidados atingem também as duas comunidades indígenas que vivem na região. ''O processo inclui anuência da Funai e irá melhorar a infraestrutura para a comunidade, incentivando a cultura e artesanato dos moradores'', conta.
A licença prévia foi concedida pelo IAP no dia 22 de dezembro de 2010. Em 29 de dezembro, o Ministério Público Federal do Paraná realizou uma inspeção no IAP e conseguiu uma cópia da licença, que agora passa por análise.
http://www.bonde.com.br/folhadelondrina/?id_folha=2-1--2193-20110112
PIB:Sul
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