Documento será produzido em dois idiomas: guarani e português
Com o objetivo de fortalecer a inclusão da única comunidade indígena legalmente reconhecida no Estado do Rio de Janeiro e fortalecer o conhecimento sobre direitos, em especial às mulheres da aldeia guarani do Bracuí, a Prefeitura de Angra dos Reis, está preparando a edição de uma cartilha de direitos, bilíngue (português e guarani), com dicas de saúde, direitos e educação. A elaboração do material seria coordenada pela secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos e envolvimento de outros setores da prefeitura. A proposta foi apresentada na semana passada a um grupo multidisciplinar, com a presença de professores e profissionais da Educação no município.
A secretária de Assistência Social, Neuza Nardelli, acolheu com entusiasmo a possibilidade de produção desse material. O grupo de professores participou de uma conferência sobre saúde indígena em Curitiba (PR), e conheceram um material semelhante, editado para a etnia indígena kaingang, do Sul do Brasil.
- A cartilha bilíngue é uma forma de inserir a mulher indígena. Além de poderem manter seus dados de saúde em dia, elas poderão conhecer mais sobre os direitos da mulher. A cartilha será muito útil também nos casos em que a mulher indígena se muda para outra aldeia já que todos os dados dela e registros de saúde estarão no material - explica Neuza Nardelli.
Quando pronta, a cartilha servirá como um documento da mulher indígena da tribo sapucai, com dados pessoais, tabelas de vacinação, datas dos exames preventivos, além do histórico do povo guarani e da aldeia sapucai, um tópico sobre os conhecimentos da tradicional medicina guarani e a íntegra da Lei Maria da Penha, traduzida para o guarani.
A construção do material será coletiva, com a participação das mulheres da aldeia, que poderão opinar e oferecer mais informações e dicas. O professor da aldeia, Argemiro, adiantou que a elaboração da cartilha foi aceita rapidamente pelas mulheres da comunidade.
- A proposta da cartilha é muito importante, principalmente pensando na saúde das mulheres indígenas. É a primeira vez que vão produzir esta cartilha em todo o estado do Rio. Em outros estados ela já existe. As mulheres da aldeia concordaram em obter a cartilha e gostaram muito da novidade - explica Argemiro.
O trabalho terá a assessoria da professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Museu Nacional, Ruth Monserrat. Não há previsão para a conclusão do material. Estão envolvidos no projeto também o Conselho Municipal de Entorpecentes e Universidade Federal Fluminense, além da comunidade quilombola do Bracuí.
http://www.angra.rj.gov.br/imprensa_noticias_release.asp?vid_noticia=43360&indexsigla=imp#.VRRLh46c21I
PIB:Sul
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