Acontece nesta quinta-feira, 19 de novembro, o lançamento do Plano de Gestão da Terra Indígena Tirecatinga, onde vivem os povos Nambikwara Halotesu e Wakalitesu, Manoki, Paresi e Terena. O evento, que vai ser realizado no Paço Muncipal de Sapezal, encerra três anos de encontros, reuniões nas aldeias, diagnósticos, etnomapeamento, etnozoneamento e expedições que compuseram a metodologia deste trabalho.
Este é o quarto plano de gestão elaborado na bacia do Juruena com facilitação da OPAN no âmbito do Projeto Berço das Águas, patrocinado pela Petrobras. As terras indígenas Menkü, do povo Myky, Manoki e Pirineus de Souza construíram seus planos de gestão entre 2012 e 2013 e se encontram no processo de implementação das ações de gestão territorial, colocando em prática a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI). A Terra Indígena Escondido, do povo Rikbaktsa, também já tem seu plano de gestão, realizado com apoio do Instituto Centro de Vida (ICV).
"Queremos nos apresentar para a sociedade brasileira e mato-grossense para que, ao nos conhecer, possamos diminuir os preconceitos existentes, firmar novas parcerias e consolidar as que já temos", diz um trecho da publicação. O documento faz um retrospecto sobre a história da região conhecida como Alto Juruena, o processo de demarcação da Terra Indígena Tirecatinga e de ocupação do entorno, além de muitos mapas. Traz ainda o posicionamento dos indígenas quanto ao que pretendem fazer em relação às suas roças, à disponibilidade de caça e pesca, à coleta mel e frutas, o feitio do artesanato, e outros temas como água, saúde, educação tradicional, escola indígena e vigilância territorial.
Por se tratar de uma terra indígena multiétnica, cada aldeia apresenta, também, seus interesses e projetos em comum para o futuro, abordando, inclusive, temas inovadores e polêmicos como a gestão do arrendamento de lavoura mecanizada, eco e etnoturismo. Tudo isso torna o Plano de Gestão da TI Tirecatinga um importante instrumento político para os indígenas na construção de alianças.
Mudanças climáticas e a percepção indígena
Durante o evento será lançado também o livro "Mudanças climáticas e a percepção indígena". A publicação, organizada pela OPAN, cumpre seu papel de registrar, em pleno ano de 2015, as visões de diferentes povos indígenas sobre seus territórios, seu modo de vida e o clima. Sem a pretensão de mapear as alterações climáticas pelo vasto universo indígena, esta publicação reúne em nove artigos autorais as percepções do que vem mudando no seu cotidiano e de como enfrentar esses desafios a partir de uma ótica holística que se encaixa perfeitamente dentro dos principais pleitos indígenas apresentados em fóruns internacionais.
http://amazonianativa.org.br/Noticias/Mais-um-plano-de-gestao-na-bacia-do-Juruena,2,330.html
PIB:Oeste do Mato Grosso
Related Protected Areas:
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