A Crítica (Manaus-AM) - 05/05/1994
O advogado, Geldeon Lima, que defende os réus do julgamento que apura o massacre dos índios Ticuna, ocorrido em 1988 quando morreram 4 índios e outros 10 foram considerados desaparecidos, apelará ao Supremo Tribunal de Justiça pela manutenção do julgamento caso na Comarca de Tefé. Segundo ele a transferência do julgamento para Manaus foi uma precipitação da juíza da 1ª Vara da Comarca de Tefé, apontando que Tefé possui condições suficientes para julgar o caso, confrontando, assim, a opinião da juíza.
Já entidades que defendem os direitos dos povos indígenas, como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o Conselho Geral da Tribo Ticuna (CGTT) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), garantem empenho no julgamento para que a condenação dos acusados aconteça. Porém, apontam que dos 13 envolvidos e reconhecidos pelos indígenas como participantes do massacre, apenas o madeireiro Oscar Castelo Branco, acusado como mandante do crime, se encontra no Amazonas. Os demais estariam refugiados na Colômbia, e, segundo Pedro Mendes, representante da Coiab, a morosidade da Justiça é a principal responsável por tal fuga. A respeito dessa acusação, o advogado Geldeon afirma que não passa de boato e que todos residem nas proximidades do igarapé Capacete.
PIB:Solimões
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