Após mais de uma década fotografando o universo das celebridades para as principais revistas do país, festivais de cinema, de moda, réveillon em Copacabana e 10 carnavais na Sapucaí, carioca George Magaraia teve sua vida transformada quando passou a conviver com a comunidade indígena da então Aldeia Marakanã, às vésperas da tentativa de demolição desse espaço para as obras da Copa do Mundo de 2014.
Desde então, seu olhar e sensibilidade abordam a temática indígena em trabalhos já premiados na participação do calendário da "Survival International" de 2016 e em exposições como "No Caminho das Miçangas", no Museu do Índio; e "Artes Indígenas e Etnodesign: vontade de beleza Karaja", no Museu Janete Costa de Arte Popular.
George também foi responsável por fotografar o acervo etnográfico do Museu do Índio/Unesco, em Botafogo, e viajou pelo Brasil para conviver - e também fotografar - comunidades indígenas. "Através da Aldeia Marakanã fui convidado a conhecer algumas aldeias, primeiro a Barra Velha, de pataxós no sul da Bahia; e posteriormente duas aldeias Guajajaras do Maranhão, a Morro Branco e a Zahy Guajajara. Participei também de um edital do Governo do Estado Amazonas pelo qual pude conhecer e fotografar uma comunidade do povo Marubo, a Boa Vista", ressalta.
Parte dessa história será contada através de suas fotos na exposição 'Vim chorar aqui', na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O nome é uma homenagem à indígena Adelaide Moraes que em entrevista a BBC afirmou durante manifestação em Brasília: "Vim chorar aqui para o ministro para dar para nós nossas terras, onde papai e mamãe morreram, e eu quero voltar lá".
As fotos retratam a infância indígena e sua forma de se relacionar com o outro e com o ambiente que os cerca. De acordo com dados do IBGE, a população infantil continua sendo maioria entre os indígenas, indicando que a temática permanecerá atual ao longo das próximas décadas.
"Durante toda a minha experiência profissional eu sempre fui pautado. Nas aldeias não existia pauta, deixar meu olhar livre, e naturalmente ele se voltou para as crianças. Ao ponto de que eu definia meu caminho, por onde ir, pelo som das risadas das crianças. A criança vive intensamente, como se fosse o primeiro e último momento da vida", complementa.
http://www.jb.com.br/pais/noticias/2016/06/02/exposicao-de-fotografias-vim-chorar-aqui-na-uerj-retrata-infancia-indigena/
Produção Cultural:Exposições e Debates
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