O cenário indigenista vivido no estado de Rondônia, no noroeste do Mato Grosso e no sul do Amazonas é desolador. São constantes os retrocessos nos direitos indígenas, e às contínuas invasões dos territórios vêm agravando as ameaças e ataques contra os povos indígenas. Territórios indígenas são saqueados por grupos econômicos inescrupulosos, que segundo o site Rondônia ao Vivo, são denominados como "máfia de madeireiros", que exploram ilegalmente as terras indígenas e na maioria das vezes esquentam a ilegalidade com Planos de Manejos no entorno de Unidades de Conservação e Terras Indígenas.
A impunidade que reina na região fortalece a prática da exploração ilegal dos recursos naturais dos territórios sem que sejam tomadas providencias para coibir as ações ilícitas destes grupos econômicos. Lideranças são ameaçadas de morte e as comunidades vivem o terror de ver estes grupos agirem nas portas de suas casas, roubando as riquezas de seus filhos/as. Desde 2013 se fechou o cerco para reduzir os direitos indígenas garantidos constitucionalmente e aumentou os ataques contra os povos indígenas em todo o território nacional. O agravamento das violações de direitos humanos dos povos indígenas é evidente.
A falta de medidas eficazes na fiscalização e proteção das terras indígenas tem servido para insuflar a prática de novas invasões de madeireiros, garimpeiros, grileiros loteamentos e apossamentos ilegais de terras indígenas já demarcadas. Essas são práticas que estão em curso especialmente nas terras indígenas Uru Eu Wau Wau, Paiter/ Suruí, Karitiana, Kaxarari, Karipuna, Rio Negro Ocaia, Lage Novo, Ricardo Franco/Guaporé, Sotéreo/Mamoré, Mequém e Tubarão Latundê. Todas essas violações de direitos foram denunciadas na audiência pública em 12 de junho de 2017, ocorrido na Assembleia Legislativa. Junto as invasões denunciou0se as ameaças de morte que sofrem lideranças e a criminalização das lutas sociais.
Diante desta conjuntura de violação dos direitos e de impunidade uma vida mais é ceifada. Manoel Quintino da Silva Kaxarari (40) foi assassinado na última segunda-feira, dia 26/06, na Vila Marmelo, localizada na BR 364 entre Extrema de Rondônia e Vista Alegre do Abunã. Sua vida foi tirada com violência e sem poder se defender. "Dois homens encapuzados, que desceram de uma motocicleta e chamaram por Manoel, que ao atender, foi alvejado com tiro no rosto. O índio ainda correu em direção ao quarto, mas foi alcançado e recebeu vários disparos pelas costas. Uma criança também foi atingida de raspão pelos pistoleiros. A extração ilegal de madeiras da T.I. Kaxarari por uma 'máfia de madeireiros' pode ser o motivador do crime". (Site Rondônia ao Vivo)
Até quando vamos conviver com a violência contra os povos indígenas e a impunidade que impera no estado brasileiro?
Nossa solidariedade ao Povo Kaxarari e a todos os povos que vivem a mesma situação de vulnerabilidade e violação de seus direitos. Mais uma vida tombou, e a justiça?
http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=9360&action=read
PIB:Rondônia
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