Munduruku fazem protesto em Brasília pela demarcação da terra Sawré Muybu

Amazônia Real amazoniareal.com.br - 24/04/2018
Um grupo de indígenas Munduruku, que participa do 15o. Acampamento Terra Livre (ATL), fez um protesto na manhã desta terça-feira (24) na sede do Ministério da Justiça pela demarcação da Terra Indígena Sawré Muybu, localizada nos municípios de Itaituba e Trairão, na bacia do Rio Tapajós, no Pará.

De acordo com a liderança Ana Poxo Munduruku, a proposta do grupo era de permanecer em frente ao Ministério da Justiça até que fosse recebido pelo ministro Torquato Jardim, com uma posição definitiva quanto à demarcação da Terra Indígena. O ministro encontra-se em Paris. Assim, os indígenas foram recebidos por Gilson Libório, secretário executivo da pasta. Ele se comprometeu a dar uma resposta aos indígenas na tarde de quinta-feira (26).

Os estudos de identificação e delimitação da TI Sawré Muybu foram publicados pela Fundação Nacional do Índio (Funai) em 19 de abril de 2016 no Diário Oficial da União. No processo, a Funai reconheceu a tradicionalidade da ocupação dos Munduruku.

A Terra Indígena Sawré Muybu tem 178.173 hectares. O processo de demarcação da área teve início em 2007, quando foi instituído o primeiro Grupo de Trabalho para realizar os estudos de identificação e delimitação.

"Somos nós que estamos sofrendo com a indefinição do processo", afirmou o Cacique Juarez, a respeito da série de incertezas ao redor da demarcação das terras Munduruku.

"Viemos ao ATL para reivindicar as nossas terras, junto aos demais parentes indígenas. Estamos na frente do Ministério da Justiça, pois desde 2016 está publicado o relatório [de identificação] da nossa terra, e até hoje não foi declarada. E nós lutamos, lutamos e lutamos, e nada. Então como eles não querem declarar a nossa terra, nós viemos cobrar o ministério", disse o cacique.

A região em que vivem os Munduruku no Pará, no Alto e Médio Rio Tapajós, é alvo de inúmeras ameaças, por parte de garimpeiros ilegais, madeireiros, e também por projetos de construção de usinas hidrelétricas. Por isso a demanda urgente pela demarcação de seu território, em nome da vida do povo indígena.

Por essas e outras razões os indígenas elaboraram o Mapa da Vida: A Visão do Povo Munduruku sobre seu Rio e seu Território, lançado hoje no Acampamento Terra Livre e distribuído para servidores do Ministério da Justiça. Nele, os próprios Munduruku realizaram um mapeamento da riqueza natural e cultural do seu território, com o apoio da organização ambientalista Greenpeace. O objetivo principal do mapeamento é visibilizar tudo aquilo que os projetos de hidrelétricas, as madeireiras e o garimpo apagam e destroem. Para acessar o Mapa da Vida, veja aqui.



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PIB:Tapajós/Madeira

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