Após Justiça determinar desocupação da Funai, reunião tenta encontrar solução para impasse entre indígenas no Norte do RS

G1 https://g1.globo.com/ - 03/07/2018
A Justiça determinou que um grupo de indígenas que ocupa a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Passo Fundo, no Norte do estado, deixe o local. Eles saíram da reserva de Votouro, em Benjamin Constant do Sul, há quatro meses, por causa de conflitos. Na segunda-feira (2) foi realizada uma reunião para tratar sobre a situação, e um novo encontro deve acontecer nesta terça (3).

Em maio, os indígenas chegaram a ocupar um terreno ao lado do Ministério Público Federal. Naquele mesmo mês eles se deslocaram para a Funai de Passo Fundo, acampando nas calçadas e no interior do prédio

Há pelo menos 19 são crianças no grupo. O pedido feito pelos indígenas é para que seja encontrada uma solução pacífica e de amparo da Funai, para que eles possam voltar para casa com segurança na reserva.

"Saímos para procurar justiça, e cada vez mais estamos sendo prejudicados, as famílias que saíram do Votouro", afirma a integrante da reserva Neusa Lopes.

O conflito na reserva deixou um morto e oito feridos no mês de março. Na época, as lideranças indígenas afirmaram que a situação ficou tensa quando tentaram prender um grupo de jovens da aldeia que estaria cometendo crimes e intimidando lideranças. A Polícia Federal afirma que ainda tenta identificar os responsáveis.

A reunião realizada com a prefeitura teve o objetivo de encontrar solução para a situação, e dar abrigo para pelo menos 50 indígenas. De acordo com o secretário de Assistência Social de Passo Fundo, Wilson Lill, o conflito não é algo recente.

"O conflito é de longa data, e o órgão eminente responsável é a Funai. O que o município vai fazer é ser mediador para tentar negociar o conflito", afirma Lill.

A Funai, por sua vez, entende que os indígenas não devem voltar para a reserva, ao menos por enquanto, por conta dos riscos de novos conflitos.

"Algumas declarações provocativas, que não seria bom, nesse momento, uma parte do pessoal voltar. Então, a gente procura entender os dois lados para não agravar ainda mais o conflito", afirma a chefe do setor de Educação Indígena da Funai, Maria Inês de Freitas.

De acordo com o Ministério Público Federal em Erechim, a situação dos indígenas é tratada com prioridade e cautela. Não foram dados maiores detalhes sobre uma possível pacificação na reserva.



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