Domingos Venite, de 68 anos, estava internado no Centro de Referência para tratamento de Covid-19.
O cacique de uma aldeia indígena de Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro, morreu com coronavírus na madrugada desta terça-feira (21). Ele era líder da tribo guarani Sapukai, a maior tribo indígena do estado do Rio.
Domingos Venite, de 68 anos, estava internado no Centro de Referência para Tratamento de Covid-19 desde o dia 26 de junho.
Os indígenas lamentaram a morte do líder. "Ficamos muito tristes. Eu recebi [a notícia] seis horas da manhã do meu amigo, mas fiquei um pouco com dúvida. Depois confirmaram. É isso, infelizmente...", disse Algemiro da Silva Mirim.
A Secretaria Municipal de Saúde orientou a tribo a não realizar o ritual de falecimento, seguindo as normas da Anvisa para a pandemia. O corpo será sepultado no cemitério da aldeia, respeitando as normas estabelecidas.
O professor Domingos Nobre, que é pesquisador da Universidade Federal Fluminense de Angra dos Reis, explicou como seria o velório tradicional da aldeia. "Haveria um ritual na casa de reza, em que todos rezariam e cantariam até a hora do rezador liberar o corpo para ser enterrado. Aí teria outra pequena cerimônia na hora que enterrasse", contou.
Segundo o governo municipal, 88 indígenas estão infectados pelo coronavírus. Eles estão sendo acompanhados por uma equipe médica que atua em na Unidade de Saúde da Família da aldeia.
Atualmente, cerca de 350 indígenas da tribo guarani vivem na aldeia Sapukai, que fica localizada a cerca de 6 km da BR-101 (Rodovia Rio-Santos), na região de Bracuí. A comunidade vive em uma área montanhosa cercada por Mata Atlântica.
Em nota, a prefeitura de Angra dos Reis lamentou a morte do cacique e disse que ele recebeu todos os cuidados necessários para o tratamento da doença.
https://g1.globo.com/rj/sul-do-rio-costa-verde/noticia/2020/07/21/cacique-de-aldeia-em-angra-dos-reis-morre-vitima-do-coronavirus.ghtml
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