Projeto do IMAD cria centro para desenvolvimento socioambiental

O Progresso - https://www.progresso.com.br/ - 19/09/2021
Instituto já desenvolve hortas e sistema agroflorestal na área cedida pela família Weber e agora expande o trabalho de arte e permacultura para a Aldeia Bororó

Em um terreno em comodato com o Sítio Agroecológico Luciana, O IMAD (Instituto de Meio Ambiente e Desenvolvimento) de Dourados (MS) está desenvolvendo uma base para apoiar atividades junto a cerca de 20 famílias no lado sudoeste da aldeia Bororó. "A parte mais esquecida da Reserva Indígena de Dourados (RID)", analisa Vito Comar, membro fundador do instituto. O sítio pertence à família Weber, produtores agroecológicos que transformaram um pasto de braquiária num sistema agroflorestal biodiversos. E o projeto tem como participantes a UFGD, IMAM, EMBRAPA, RIHU (Rede Integrada de Hortas Urbanas), APOMS (Associação de Produtores Orgânicos do MS).

"Eventualmente, em etapas progressivas, com técnicas de bioarquitetura, pretendemos erguer um prédio rústico, mas funcional, que irá se articular num Centro de Capacitação e Treinamento para o desenvolvimento da comunidade Guarani", explica o ambientalista Comar. O projeto da edificação prevê oficina de vendas e produção de artes; restaurante de comida tradicional guarani; escola de artesanato e móveis; cursos internos, níveis básico, médio e profissional; ateliê criativo de música nativa; e artes plásticas. Além de dormitórios; biblioteca e internet; áreas de descanso; áreas de trabalho em grupo; e uma pequena sala de atendimento médico.

"Nossa atuação na reserva indígena tem mais de 12 anos, quando realizamos levantamentos e chegamos a propostas concretas de programas socioculturais e ambientais", explica o pesquisador Vito. Dentre os vários projetos realizados, estão convênios com o Ministério do Meio Ambiente, contratos com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome para o Cadastramento das mais de 5 mil famílias nucleares das terras indígenas para oferecer sugestões de políticas públicas indigenistas; implantação do 'Quintais Agroflorestais', para melhorar a dieta, melhorar as condições de solo e microclima local e retenção de água ao redor das nascentes e cursos d´água; projeto de qualificação em trabalhos manuais e artesanato para capacitar mulheres indígenas em situação de miséria; com apoio da Fundação Banco do Brasil, foi realizada produção de roças familiares para 76 famílias da aldeia de Panambizinho, com bons resultados de trabalho produtivo de agricultura.

"No momento, o melhor exemplo a ser oferecido são as hortas e o sistema agroflorestal sendo implantados na área sudoeste da aldeia Bororó, juntamente com o apoio à produção e comercialização de artesanato das famílias envolvidas e seus vizinhos", avalia o membro do IMAD. "Nossas múltiplas experiências em diferentes comunidades indígenas vieram a nos ajudar a identificar as carências, necessidades e demandas destas populações, a partir de um processo extensivo de consulta com famílias, grupos de mulheres, lideranças espirituais e políticas. O que facilita nosso diálogo com estas populações e a capilaridade que isto implica quando da aplicação de possíveis soluções e recursos", complementa.

O IMAD
O instituto tem 19 anos de atividades e busca contribuir para o desenvolvimento sociocultural e econômico, procurando equilíbrio na relação ser humano e ambiente, com equidade social e viabilidade econômica. O IMAD promove pesquisa, estudo, estruturação e implementação de planos, programas e projetos nas áreas cultural, social e do desenvolvimento econômico, de combate à pobreza e do equilíbrio ambiental. A entidade também divulga, publica e comercializa pesquisas, estudos, material audiovisual como: livros, revistas, jornais, boletins, programas de rádio, televisão e cinema; promove cursos, seminários, conferências e palestras.

O IMAD atua em diversas frentes, como o Fórum de Cultura, o Núcleo Gestor Participativo (NGP) para a Revisão do Plano Diretor de Dourados, a Equipe Técnica Municipal (ETM), Comitê de Bacia do Rio Ivinhema (CBI),Conselho Municipal da Defesa do Meio Ambiente-COMDAM, Conselho do Parque Estadual das Ilhas e Várzeas do Rio Ivinhema; Participando do Plano de Manejo da 1o unidade de conservação do município de Dourados, o Parque Natural Municipal do Paragem (PNMP); o Programa Cidades Sustentáveis (PCS); participando de vários processos de consulta e estudo das questões indígenas em Dourados e região, atuando junto ao Ministério Público Federal, à FUNAI e a Prefeitura; premiado com o Prêmio Marco Verde por atividade de plantio de mudas frutíferas na aldeia Passo Piraju; presentes nos processos de consulta para a elaboração do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do MS; e para a Lei para Proibição de Pulverização Aérea de Agrotóxicos no município de Glória de Dourados (MS) e o zoneamento do cultivo da cana-de-açúcar em Rio Brilhante (MS).


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