A previsão para inauguração seria em 14 de junho de 2024
A casa de reza em Caarapó que foi visitada em novembro pela ministra Sônia Guajajara Ministra dos Povos Indígenas, sendo também a casa de reza em área em estudo para demarcação de terras indígenas, no município de Caarapó, foi incendiada na tarde de quarta-feira (21/2).
Sendo que o incêndio ocorrido foi divulgado na rede social pelo perfil Aty Guasu. "Oga pysy/Ogusu (Casa de Reza), na qual já vinha sofrendo várias ameaças para ser queimado a duas semanas atrás, segundo testemunha já tinham tentado queimar pois não conseguiram (...) Não queimaram apenas a nossa casa sagrada, sim os nosso corpos, uma parte do povo Guarani Kaiowá", diz a publicação.
Conforme Nourivaldo Mendes, conhecido como Simão, as pessoas viram a movimentação de dois adolescentes e suspeitam que eles tenham provocado um curto-circuito, causando o incêndio.
A liderança indígena "Só viram os dois moleques correndo. Não fizeram Boletim de Ocorrência porque não conseguiram identificar ninguém", diz. Ele mora em Caarapó, mas está em Brasília para agendas em ministérios.
Ainda conforme relato do líder indígena "Já deixaram recado na minha casa que eu não ia passar do dia 25 de dezembro, Natal. Antes, já colocaram fogo ao redor da casa de reza. A gente não tem condições de fazer outra. Passei muito mal quando soube do incêndio, não consegui dormir. Lá foi construído com muito custo. Eu estava doente, tinha passado por cirurgia. Acabou que queimou sem inaugurar".
A previsão para inauguração seria em 14 de junho de 2024. Nesta mesma data, mas no ano de 2016, o agente de saúde Clodiodi Aquileu Rodrigues foi assassinado.
Em 24 de novembro do ano passado, a ministra Sônia Guajajara participou de Aty Guasu, assembleia indígena, em Caarapó. Logo na chegada ao local, ela foi acolhida por mulheres e seguiram para a casa de reza, entoando orações.
Na qual, a antiga área Yvu, atualmente chamado de tekoha kunumi, as terras estão na portaria do "TI Dourados Amambai Peguá I", que abrange os municípios de Caarapó, Laguna Carapã e Amambai.
Conforme informações da Funai (Fundação Nacional do Índio), os guarani kaiowá que viviam na região foram forçados a sair quando a produção de erva-mate e a chegada de colonos gaúchos intensificaram o processo de expropriação dos territórios tradicionais e de expulsão das comunidades indígenas de suas terras.
Mesmo diante dos fatos históricos relacionados a disputa das terras os antropólogos responsáveis pelo estudo de identificação e delimitação da área, concluíram que os indígenas nunca abandonaram seus vínculos históricos, mantendo forte relação com a terra que habitam.
Fonte: Daiane Schuindt / Portal da Cidade
https://caarapo.portaldacidade.com/noticias/cidade/intolerancia-religiosa-e-etnica-casa-de-reza-indigena-e-incendiada-em-caarapo-2151-1743
PIB:Mato Grosso do Sul
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- TI Dourados-Amambaipeguá I
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