Em sobrevoo, Greenpeace identifica volta de garimpeiros à Terra Indígena Sararé

O Globo - https://oglobo.globo.com/ - 22/08/2024
Em sobrevoo, Greenpeace identifica volta de garimpeiros à Terra Indígena Sararé

Luciana Casemiro

22/08/2024

Nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, uma equipe do Greenpeace Brasil embarcou num monomotor, que decolou de Porto Velho em direção a Terra Indígena Sararé, no Mato Grosso. No sobrevoou pode constar a veracidade da denúncia da volta de garimpeiros no território que é lar do povo Nambikwara. As imagens registradas da janela do avião mostram uma rastro de destruição causado pela atividade ilegal, uma longa área desmatada e a fumaça das queimadas são facilmente vistas do alto. Em áreas urbanas próximas à terra indígena, foram observadas ainda dezenas de escavadeiras usadas no garimpo na Amazônia.

No mês passado, foi realizada uma operação de desintrusão da área e queima do maquinário usado no garimpo, numa ação conjunta de Polícia Federal, Ibama e outros órgãos do governo. As imagens feitas pelo Greenpeace nesta quinta-feira mostram que a atividade foi retomada.

Segundo o Greenpeace, as lideranças indígenas indicam que facções criminosas regionais, ligadas ao Comando Vermelho estão operando nos garimpos abertos de norte a sul, ao longo do limite oeste do território, mostrando que o garimpo na Amazônia também é uma questão de segurança pública.

Demarcada em 1985, a Terra Indígena Sararé abriga cerca de 250 indígenas distribuídos em sete aldeias. Não é de hoje que os 67 mil hectares da reserva é atacado pelo garimpo, a atividade, no entanto, se intensificou no ano passado e hoje a atividade já é desenvolvi a 200 metros das aldeias. Mais de uma dezenas de indígenas estão sob ameaça de morte.

O Greenpeace reuniu dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que mostram um salto na área de alertas de garimpo da região: era de 7,2 hectares em 2020 e chegou a 273 hectares no ano passado. De janeiro a julho de 2024, no entanto, a situação se agravou e a TI Sararé já soma 570 hectares de novos alertas de garimpo, superando a TI Kayapó neste período (298 hectares).

Na avaliação de Danicley de Aguiar, porta-voz do Greenpeace Brasil, as ações de comando e controle do governo federal nas terras indígenas são insuficientes para resolver o problema do garimpo na Amazônia. O Greenpeace Brasil vem pedindo, desde o ano passado, ao Ministério do Meio Ambiente que implemente um sistema de rastreabilidade de escavadeiras, com a inclusão de revendedores e compradores das escavadeiras no Cadastro Técnico Federal (CTF), já que o equipamento é largamente utilizado na devastação da floresta, mas hoje é difícil identificar e punir os proprietários.

Segundo a organização, Sararé foi à terra indígena com maior número de escavadeiras apreendidas em 2023, com 29 apreensões.

https://oglobo.globo.com/blogs/miriam-leitao/post/2024/08/em-sobrevoo-greenpeace-identifica-volta-de-garimpeiros-a-terra-indigena-sarare.ghtml
PIB:Oeste do Mato Grosso

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