A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) realizou no período de 13 a 17 de janeiro a etapa sul-mato-grossense do projeto "BRA 13/019 Mulheres Indígenas Bioma Pantanal". O principal objetivo é a produção de documento com registro de conhecimentos e a produção de metodologia de oficina sobre mudanças climáticas, gestão ambiental e territorial na perspectiva das mulheres indígenas.
O projeto é uma parceria da Funai com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da Organização das Nações Unidas (ONU). A parceria se estende aos biomas Mata Atlântica, Amazônia e Pampa. O projeto é executado pela Funai, por meio da Coordenação de Gênero, Assuntos Geracionais e Participação Social (Cogen), vinculada à Coordenação-Geral de Promoção da Cidadania (CGPC), da Diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável (DPDS). E conta com a colaboração das Coordenações Regionais da Funai.
No caso da escuta de mulheres indígenas no bioma Pantanal, o trabalho contou com o apoio da Coordenação Regional em Campo Grande (CR-CGR). A unidade descentralizada da Funai convidou o Conselho de Mulheres Terena, vinculado ao Conselho do Povo Terena; a Organização Caianas, da Terra Indígena Cachoeirinha; e o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei-MS). Isso considerando a estreita relação que essas instituições possuem com as organizações indígenas femininas e o vasto conhecimento sobre as demandas e especificidades das comunidades. A ação também contou com o trabalho da consultora Graziella Reis de Sant'Anna, contratada no âmbito do Edital Projeto BRA Mulheres Indígenas - Bioma Pantanal/2024.
As terras indígenas visitadas foram Taunay-Ipegue, Cachoeirinha e Reserva Indígena Kadiwéu. As mulheres que participaram da escuta são dos povos Terena, Kinikinau e Kadiwéu. Durante as reuniões foi possível criar um ambiente seguro e acolhedor para ouvir o que as mulheres tinham a dizer a respeito do enfrentamento às mudanças climáticas e compreender como estão conduzindo dentro das aldeias os processos de produção e comercialização de alimentos e artesanato, além da proteção territorial.
Outras demandas não relacionadas diretamente ao objeto do projeto "BRA 13/019 Mulheres Indígenas Bioma Pantanal" foram levantadas pelas mulheres indígenas. Tais necessidades serão encaminhadas pela CR-CGR às instituições competentes para conhecimento e providências.
Conforme adiantou o coordenador regional da Funai, Elvisclei Polidório, está prevista para este mês de janeiro a realização da escuta das mulheres do povo Guató, que vivem na aldeia Uberaba, na Terra Indígena Guató, em Corumbá (MS). Em razão do alto custo da logística para deslocamento para chegar ou sair da região decidiu-se, em conjunto com as mulheres Guató, a realização da escuta no modelo remoto, por meio de aplicativo de reunião online.
"O projeto é considerado inédito no âmbito de atuação da Coordenação Regional e das demais instituições que executam a política indigenista no Mato Grosso do Sul", destacou Elvisclei Polidório. Segundo ele, o projeto deve se estender até abril deste ano com a apresentação de um dossiê sobre as práticas e enfrentamentos das mudanças climáticas, a partir das escutas realizadas com as mulheres indígenas do bioma Pantanal.
"Tais informações são importantes para que todas as instituições e organizações indígenas e indigenistas executem suas atribuições de forma eficiente, principalmente no que se refere à proteção territorial e à promoção da saúde ambiental nos territórios", avalia o coordenador regional da Funai. Ele explicou que a partir da conclusão do dossiê e da apresentação das propostas de oficinas, a CR-CGR/Funai poderá realizar ações de enfrentamento às mudanças climáticas construídas dentro dos territórios a partir da perspectiva das mulheres indígenas, por meio de parcerias institucionais.
https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/funai-promove-escuta-de-mulheres-indigenas-no-bioma-pantanal-para-enfrentamento-as-mudancas-climaticas
PIB:Mato Grosso do Sul
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