Está praticamente tudo pronto para o início do trabalho de cadastramento dos índios Xavantes de Mato Grosso no Bolsa Família, programa do Governo Federal de transferência de renda direta à cidadãos em situação de pobreza. Na próxima terça-feira (24), uma equipe da secretaria de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs), juntamente com a fundação de Apoio e Desenvolvimento da Universidade Federal de Mato Grosso (Uniselva/UFMT), seguem para o município de Campinápolis (658 km a Leste de Cuiabá).
Já na quarta-feira (25.04) pela manhã, acontece uma reunião institucional com a participação de representantes do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Governo do Estado, UFMT, Funai e prefeituras de Campinápolis, Nova Xavantina, Novo São Joaquim e Santo Antonio do Leste, cidades com comunidades indígenas que serão inclusas no programa Bolsa Família.
"É neste encontro que serão definidas estratégias de trabalho, ou seja, serão nvelados os propósitos de todo o processo de cadastramento", explicou a professora do departamento de Administração da UFMT, Cecília Arlene Moraes.
No período da tarde, das 14h às 18h, será realizado um treinamento técnico pelo MDS, no intuito de capacitar a equipe com relação ao preenchimento do formulário de cadastro das famílias indígenas. Um antropólogo irá repassar algumas informações importantes sobre a cultura xavante.
Na quinta-feira (26.04), a equipe segue para uma das mais de 80 aldeias de Campinápolis, onde eles irão realizar os primeiros cadastramentos. Eles estão chamando este primeiro contato de projeto piloto.
A equipe de cadastramento é composta por cerca de 10 pessoas, incluindo a participação do cacique Benjamim, designado pela Funai para auxiliar e acompanhar de perto este trabalho. É ele, inclusive, que fará as traduções necessárias e intermediará o diálogo com os índios.
"Esse alinhamento da equipe é de extrema importância e indispensável neste processo de cadastramento. Temos que capacita-los quanto à cultura dos Xavantes, até mesmo por uma questão de respeito a eles. Trata-se de dois movimentos, um técnico e outro cultural. Estaremos lidando com uma população atípica, que vivem em mais de uma família em uma única oca e onde um índio possui normalmente mais de uma esposa. Isso faz com que não tenhamos idéia do número de filhos", destacou a professora.
A necessidade do cadastramento dos índios no programa Bolsa Família foi detectada a partir de uma recente visita que uma equipe composta por técnicos do Governo do Estado, do MDS, da Funai, da Funasa e da Secretaria de Ação Social do Município de Campinápolis fizeram às aldeias São Pedro, Santa Clara e São Domigos Sávio, para averiguar in loco a situação das famílias.
Em Campinápolis cerca de 250 crianças foram encontradas em situação crítica, sendo que deste número, 84 estavam em situação de desnutrição. Os dados são alarmantes e se referem ao mês de fevereiro deste ano. A informação foi repassada pela Assessoria Técnica de Saúde Indígena, da Coordenação Regional da Funasa em Mato Grosso, cuja sede é Cuiabá. Há aproximadamente 5.500 índios xavantes na região, deste total, 1.544 são crianças de 0 a 5 anos de idade. A população indígena representa quase 50% do total dos habitantes e está dividida em 80 aldeias, todas dentro do município.
PIB:Leste do Mato Grosso
Related Protected Areas:
- TI Parabubure
- TI Sangradouro/Volta Grande
- TI Chão Preto
- TI Ubawawe
As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.