Na manhã de sexta-feira (22) índios da aldeia Extrema no rio Yaco, região de Assis Brasil procuraram a imprensa para denunciarem segundo eles a falta de atendimento adequando a um membro de sua tribo que se encontrava internado no leito 46 da observação dois do Pronto Socorro de Rio Branco.
De acordo com Lucas Manchineri, o paciente Anoberto Sebastião Manchineri que era agente de saúde em sua aldeia procurou o pronto atendimento do PS da capital no dia 13 de fevereiro sentindo fortes dores na cabeça, costa e estômago e apresentando estado febril, foi medicado e mandado de volta para a Casa do Índio, só que seu estado de saúde piorou e parentes que o acompanhavam retornaram ao Pronto Socorro no dia 17, com Sebastião já desmaiado. Ainda segundo os índios, Anoberto não foi bem atendido pelo simples fato de ser índio e passou quatro dias jogando em um banco nos corredores da unidade de saúde a espera de atendimento.
Mas, como temiam os parentes, Anoberto Manchineri faleceu domingo (24) por volta das 15, no PS, por falta de atendimento médico adequado segundo declarações de familiares. De acordo com atestado de óbito, Anoberto morreu vitima de uma meningite. Este já é o terceiro caso de morte de indígenas em menos de dois meses por falta de atendimento médico adequado nas unidades de saúde do Estado.
Os dois primeiros casos aconteceram no dia 24 de janeiro em Tarauacá, onde duas crianças de cinco e nove anos da etnia Kaxinawá, da aldeia 27 distante a três quilômetros do município que morreram por falta de atendimento médico depois de serem rejeitadas por três vezes no hospital do município, elas faleceram no caminho de volta para a aldeia, segundo declarações feitas pelo líder indígena Manoel Kaxinawá.
A Diretora Clinica Pronto Socorro, Rossana Macedo, que na sexta-feira recebeu a equipe de reportagem de O Rio Branco, foi procurada na manhã de ontem para falar a respeito da morte do líder indígena, mas não quis gravar entrevista.
Na sexta Ela falou que o paciente estava recebendo todos os cuidados necessários e que apesar de no seu prontuário médico constar que ele estava acometido de uma infecção urinária, no momento da entrevista ele estava sendo avaliado por um neurologista e um neurocirurgião.
Rossana disse ainda que o fato de Anoberto ter ficado por quatro dias deitado em um banco não foi por ele ser índio e sim por falta de leitos disponíveis na unidade de saúde, "Ele não ficou no banco por ser indígena, ele ficou por não dispormos de um leito para acomodá-lo, o numero de leitos é insuficiente para atender a grande demanda de pacientes", finalizou.
PIB:Acre
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