O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) divulgou nesta quinta-feria (17), relatório anual sobre desmatamento em áreas protegidas no Acre. Segundo o órgão, em um ano (de 2006 a 2007) foram desmatados 13,6 mil hectares em terras indígenas e unidades de conservação estaduais e federais acreanas. Os dados fazem parte do Programa de Monitoramento de Áreas Especiais (ProAE), implantado em 2005 e que anualmente divulga informações específicas sobre estas áreas.
As terras indígenas foram as que mais sofreram o avanço no desmatamento, com acréscimo de 5,6 mil hectares. O total representa aumento de 155% em comparação ao período anterior (2005 a 2006). A área Kaxinawá Igarapé do Caucho foi a campeã de desmates, com 1,3 mil hectares devastados no último ano. Em seguida aparecem as terras indígenas Kaxinawá do Rio Jordão, com mil hectares desmatados, e Rio Gregório, com 612 hectares. Estas três áreas representam juntas o total de 52% de desmatamento em terras indígenas. Além destas, outras terras indígenas aparecem no relatório do Sipam com áreas de desmates significativos: Kaxinawá da Praia do Carapanã (392 hectares), Katukina/Kaxinawá (365) e Mamoadate (303).
As unidades de conservação federais tiveram redução no desmatamento em termos percentuais (-81%) em comparação ao período anterior, mas totalizaram a maior quantidade de desmates em números absolutos mais de seis mil hectares. A Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes foi a campeã no ranking do desmatamento, com 2 mil hectares. Em segundo lugar aparece o Parque Nacional Serra do Divisor, com 1,2 mil hectares de desmates. Na seqüência estão três Resex: Alto Juruá (995 hectares desmatados), Riozinho da Liberdade (733) e Alto Tarauacá (513).
Já as unidades de conservação estaduais foram as que mais tiveram redução no percentual de desmatamento (-84%), mas mesmo assim totalizaram 1,1 mil hectares de desmate. A Floresta Estadual de Rendimento Sustentável Antimary teve 373 hectares desmatados e a Área de Proteção Ambiental Igarapé São Francisco contabilizou 223 hectares.
Nas unidades de conservação, embora existam reduções percentuais em comparação a períodos anteriores, não se pode esquecer que os desmatamentos nestas áreas são proibidos, portanto, são ilegais, diz o gerente do Centro Técnico e Operacional do Sipam em Porto Velho (CTO/PV), José Neumar da Silveira. O CTO de Porto Velho é a unidade do Sipam que atua nos Estados de Mato Grosso, Rondônia e Acre.
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