PF investiga crime em terra indígena

Diário da Amazônia - http://www.diariodaamazonia.com.br/ - 01/11/2011
Neste final de semana uma operação da Polícia Federal (PF) flagrou crimes ambientais próximo a terras indígenas na região do distrito de Boa Vista do Pacarana, a aproximadamente 90 km de Espigão d'Oeste. A ação faz parte da operação Arco de Fogo, que visa coibir o desmatamento na região, com apoio do Ibama e Força Nacional. No local havia centenas de madeiras nobres serradas para venda, o que é proibido por lei.

A madeira era possivelmente retirada, segundo investigações da Polícia, das Terras Indígenas Sete de Setembro, Zoró e Roosevelt - onde vivem indígenas das etnias Zoró, Cinta Larga e Suruís. A extração de madeira na região é totalmente proibida. Segundo informações da PF, existe apenas um plano de manejo florestal sustentável em áreas próximas - o que seria insuficiente para abastecer tantas madeireiras que atuam na região.

Para evitar qualquer tipo de animosidade, a equipe da PF não entrou nas terras indígenas - já que o efetivo para dar conta da região é de apenas seis policiais federais. Mesmo assim, segundo investigações prévias, haveria conivência de comercialização de madeiras nobres por parte inclusive de lideranças indígenas - o que também dificulta a ação da PF na localidade.

O delegado da Polícia Federal Flori Cordeiro explicou que ainda não há como provar a retirada de madeiras das terras indígenas, devido a dificuldade em fiscalizar as terras. "A gente sabe que nas terras indígenas há um manancial valioso para o País de madeiras nobres e que pode estar sendo violado por estes crimes ambientais", disse. Ele destacou que a atuação da operação na região completou um ano, porém a própria polícia tem conhecimento de que a atividade de extração ilegal continua acontecendo. O delegado denunciou que a rede de comunicação entre os indígenas, as pessoas que trabalham no negócio e os madeireiros é gigantesco. "A polícia tem que fazer um esforço sobre humano para conseguir detectar os locais de extração", explicou.


LEI

A lei brasileira não permite a lacração ou interdição imediata das madeireiras. Os envolvidos também não ficam presos por muito tempo - a maioria paga a pena com doação de cestas básicas. Já os donos das madeireiras ilegais devem ser investigados para possíveis penalidades.


MPF QUER FECHAR NOVE MADEIREIRAS

Na última semana o Ministério Público Federal (MPF) em Ji-Paraná ingressou com uma ação civil pública para fechar nove madeireiras que estão extraindo ilegalmente grandes quantidades de madeiras nobres de três terras indígenas. Para o MPF, o distrito de Boa Vista do Pacarana é o principal foco deste tipo de ação criminosa em Rondônia.
Boa Vista do Pacarana está a nove quilômetros da Terra Indígena Sete de Setembro, a cinco quilômetros da Terra Indígena Roosevelt, e a três quilômetros da Terra Indígena Zoró.Estas três terras indígenas são os únicos locais onde ainda há madeiras nobres em um raio de mais de 100 quilômetros de onde estão as madeireiras.
O plano de manejo florestal regular mais próximo de Boa Vista do Pacarana está a 25 quilômetros e também não possui madeira suficiente para justificar a grande quantidade de matéria prima que é processada e estocada diariamente nas madeireiras do distrito


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PIB:Rondônia

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