Eles estão na frente da instituição desde o último dia 10 e pedem ajuda às autoridades.
Cerca de 100 indígenas de mais de 10 etnias estão acampados na sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Rio Branco desde a última terça-feira, 15. Eles pedem ajuda às autoridades quanto ao mandado de citação para desocupação das localidades em que atualmente vivem e, de acordo com a autuação, os grupos têm 10 dias, começando de hoje, 22, para saírem de suas regiões.
De acordo com Ninawá, líder participante do movimento, um dos principais questionamentos é a falta de posicionamento da atual presidente da Funai em Brasília, Marta do Amaral Azevedo, responsável pelo comprometimento do órgão na resolução das reivindicações dos índios. Eles declaram, ainda, que a Marta se comprometeu a enviar o cronograma de atividades até quarta-feira, 10. No entanto, eles receberam apenas um e-mail reiterando o comprometimento. "Não recebemos nada com providências concretas", declara Ninawá.
Segundo Ninawá, não existem condições para que os indígenas voltem para suas aldeias, já que a situação nessa região encontra-se no que ele chama de "conflito pela invasão dos brancos", por conta da falta de demarcação. Ele declara, ainda, que fazem o protesto por necessidade. "Enquanto estamos aqui, nossos irmãos que estão na aldeia dizem que a situação não está nada boa para o lado da terra indígena São Paulino e Guanabara, entre outros lugares onde os madeireiros continuam a devastação. Era para lá que a polícia deveria ser mandada", disse.
O dirigente explica, ainda, que os manifestantes estão sendo acusados, erroneamente, de terem proibido os funcionários da entidade de trabalharem. "Ninguém aqui quer atrapalhar o trabalho dos outros, queremos apenas que as autoridades se comprometam a realizar o que é o serviço delas: cuidar dos índios. Somos como todas as pessoas, não queremos prejudicar ninguém", afirma o líder.
Os indígenas complementaram o manifesto dizendo que, caso a Polícia Federal resolva tirá-los à força, eles irão montar acampamento na frente da casa do governador Tião Viana ou no Palácio da Revolução, no centro da capital. "Pedimos a reavaliação de várias propostas, incluindo audiências de caráter de urgência e uma reunião de conciliação. Vários problemas estão sendo deixados de lado", declara Ninawá.
A juíza 3ª Vara de Justiça Federal do Acre, Luciana Raquel Tolentino de Moura, responsável pelo caso, justifica a ordem de despejo alegando que a sede da Funai é um bem público e de uso pessoal.
http://www.oriobranco.net/component/content/article/29-destaque/25449-indigenas-prometem-acampar-em-frente-a-casa-do-governador.html
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