Índios de Terra Roxa convocam encontro e apresentam sugestão para "conflito"

Umuarama Ilustrado - http://www.ilustrado.com.br/ - 01/05/2013
Terra Roxa - Diante do impasse que vem ocorrendo entre índios e proprietários de terras no Paraná e Mato Grosso do Sul, indígenas de Terra Roxa enviaram convites à prefeitura, promotoria, juiz e Funai com objetivo de esclarecem o posicionamento das tribos que estão no município. Eles dizem que querem apenas um pedaço de terra, algo em torno de 30 hectares, e não os 100 mil hectares que os ruralistas estão divulgado.

O encontro amigável foi realizado sábado na Aldeia Tekoha Pohã Renda próximo ao trevo de acesso à cidade sentido a Guaíra. A iniciativa ocorreu por meio do Cacique Oscar Benites Lopes, da Coordenação Regional Indígena no oeste do Paraná, que estava representado demais caciques das tribos existentes em Terra Roxa que hoje somam 5 aldeias.

Na ocasião foi realizada uma apresentação de dança e ritual religioso demonstrando a cultura indígena com a participação de crianças da aldeia onde os convidados foram chamados a participar promovendo interação entre as culturas.

Logo em seguida, o Cacique abriu um diálogo enfatizando a convivência pacífica que vem ocorrendo entre índios e homem branco, como intitulam a população não indígena, deixando claro a boa convivência com moradores terra-roxenses e o apoio da prefeitura de Terra Roxa no sentido de educação, saúde e assistência social ao qual o município vem realizando.

No que se refere ao processo da demarcação do território indígena, ao qual vem sendo enfatizado pela mídia nacional, o cacique deixou bem claro que são contra o total de 100 mil hectares que vem sendo divulgado como a área que está sendo reivindicada, e afirmou que 30 hectares seriam suficientes para adequarem as famílias da aldeia, oferecendo deste modo subsídios para a subsistência da tribo.

Ainda de acordo com o Cacique, as terras onde hoje estão assentados seriam o local correto, pois trata-se de uma região onde seus antepassados viveram antigamente e que esta extensão de terra seria o ideal ao plantio de milho, mandioca entre outras plantações voltada a alimentação, deixando claro que seria impossível manter uma área maior que 30 hectares devido a falta de recursos financeiros e de equipamentos para o cultivo e manutenção da área.
A reivindicação amigável foi apresentada à prefeitura de Terra Roxa junto ao Ministério Público e Funai. A Aldeia Tekoha Pohã Renda existe há 1 ano e está instalada dentro de uma propriedade particular.

Embora o posicionamento dos índios em Terra Roxa seja pacífica e ordeira, esta temática é complexa e envolve uma série de decisões que partem do Distrito Federal envolvendo inúmeros interesses e movimentos políticos que colocam em jogo o futuro de uma cultura que sobrevive aos tempos modernos preservando suas raízes, em meio a discussões e manobras que colocam em cheque a Funai.

Longe ainda de uma decisão definitiva a Aldeia Tekoa Pohã Renda de Terra Roxa demonstrou que é possível sim ter um diálogo aberto com as autoridades, possibilitando chegar a uma solução onde proprietários de terras e indígenas possam viver em harmonia e respeito mútuo.


INDIOS ESTRANGEIROS

Segundo os organizadores do evento, analisando o contexto histórico é possível constatar a forma como os índios foram dizimados no Brasil, perdendo direito ás suas terras e sua dignidade, por outro lado especulações sobre movimentos políticos e os interesses das terras em jogo deixam arestas a serem resolvidas a fim de proteger a nação que corre sérios riscos ao terem importantes áreas sem a resguarda legal do país. Outra situação preocupante é a vinda de índios oriundos do Paraguai, Uruguai e Bolívia ao Brasil, deixando mais complicado ainda a solução deste tema. Em Terra Roxa foram registrados 20 novas matrículas nas escolas do município, o atendimento no sistema de saúde e assistência social também apresentou aumento, indicando deste modo o acelerado ritmo de crescimento da comunidade indígena. "Que o posicionamento dos índios de Terra Roxa possa ser um exemplo ás demais aldeias do Paraná e Mato Grosso do Sul colocando fim a esta discussão que vem se arrastando sem nenhuma ideia ou solução onde ambas as partes possam em comum acordo estipularem de forma coerente e respeitosa um acordo definitivo e seguro", disse um dos participantes.



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