O Globo, Economia, p. 36 - 23/06/2013
Biólogos são feitos reféns por índios no Pará
Motivo seria estudo para hidrelétrica. Equipe do governo vai negociar
SÃO PAULO E BRASÍLIA- Três biólogos foram sequestrados na noite de sexta-feira por índios no Médio Tapajós, no Pará, onde estão sendo feitos estudos para a implantação das usinas hidrelétricas São Luis do Tapajós e Jatobá. Sob alegação de que os profissionais estariam trabalhando em terra indígena sem autorização, os mundurukus mantinham até a noite de ontem os três presos em praça no centro de Jacareacanga, na região. Eles foram levados para o local com as mãos amarradas.
O governo diz que Djalma Nóbrega, Luiz Peixoto e José Guimarães trabalhavam em comunidade ribeirinha e não estavam no local para qualquer projeto relacionado à construção das usinas.
Os índios esperavam resposta da Concremat, empresa que contratou os biólogos, para decidir o impasse. Em nota, a Eletrobras, coordenadora do consórcio Grupo de Estudos Tapajós, informou que os pesquisadores faziam estudos de fauna e flora para o licenciamento socioambiental do possível Aproveitamento Hidrelétrico de Jatobá. "Tais estudos são uma exigência do Ibama. Nenhum local visitado pelos pesquisadores é terra indígena".
- Ninguém nos procurou e não sabemos por que eles estavam circulando perto dos rios. Não sabemos por que nem para quem eles estão trabalhando - disse ao GLOBO o presidente da associação indígena Pusuru, Cândido Munduruku.
A Secretaria Geral da Presidência informou que está enviando sete técnicos (da secretaria, da Funai e dos ministérios da Justiça e de Minas e Energia) para negociar com os grupos indígenas. Segundo a secretaria, há informações de que um técnico de uma operadora de telefonia também está entre os reféns. (Cleide Carvalho e Geralda Doca)
O Globo, 23/06/2013, Economia, p. 36
http://oglobo.globo.com/economia/biologos-sao-sequestrados-por-indios-mundurukus-no-para-8780653
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