Exército e Ibama apreendem 700 m³ de madeira no PNSD

O Rio Branco-Rio Branco-AC - 20/10/2004
Toras apreendidas estão avaliadas em R$ 1,5 milhão e serão explodidas


Um lote de 700 metros cúbicos de cedro, avaliado em R$ 1,5 milhão foi apreendido pela operação Ashaninka, na última sexta-feira (15) em área do Parque Nacional da Serra do Divisor (PNSD), localizado na região do vale do Juruá. A informação foi repassada ontem pela manhã pelo gerente regional do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Anselmo Forneck. Em duas semanas já foram destruídos mais de 2,2 mil metros cúbicos de madeira na região fronteiriça com o Peru, resultado da exploração ilegal de madeireiras daquele país em território brasileiro.

A gravidade da exploração intensiva de madeira nobre, em especial o mogno das reservas do Parque Nacional e da reserva indígena da etnia Ashaninka provocou uma verdadeira operação de guerra pelo Exército brasileiro para proteger a soberania nacional em área de fronteira. Nos últimos cinco anos, Forneck avalia que, no mínimo, o Acre teve um prejuízo de US$ 100 milhões com a exploração peruana na região de fronteira. Anselmo Forneck disse não haver mais mogno nas florestas peruanas. "As madeireiras, para cumprir contratos de exportação, estão retirando madeira das florestas brasileiras".

O metro cúbico do mogno está cotado em US$ 1 mil, cerca de R$ 2,83 mil. A exploração peruana em terras acreanas provocou o reativamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI da Biopirataria), que votará amanhã a realização de audiência externa em Cruzeiro do Sul para o Congresso Nacional avaliar a situação. O gerente do Ibama disse que o Exército elaborou um folheto em espanhol, distribuído entre a população peruana que vive na fronteira, informando sobre a legislação ambiental brasileira e que se trata de uma ação do governo brasileiro na região de fronteira. O Exército também está fiscalizando a biopirataria de produtos das florestas acreanas.

Cerca de 100 homens militares estão mobilizados em Cruzeiro do Sul para darem continuidade às ações de defesa da soberania do território nacional e de crimes ambientais. Um helicóptero da base do Exército em Manaus (AM), com capacidade para transportar até 24 homens em uma única viagem, está dando apoio à operação. "Trata-se de uma ação de defesa do Território nacional, sob responsabilidade do Exército. Estamos juntos por causa dos crimes ambientais. A Polícia Federal participa para prender os estrangeiros presos na operação".

Tecnologia na defesa
do território Ashaninka

No último domingo (17), foi realizado o planejamento de defesa estratégica do território Ashaninka e índios daquela etnia, na sede daquela reserva indígena, que contou com a participação de representantes do Ibama, PF, Exército, Fundação Nacional do Índio (Funai) e da comunidade indígena.

Como resultado concreto, ficou definido o patrulhamento permanente do Exército na região de fronteira, inclusive com uma base em Marechal Thaumaturgo. "Qualquer irregularidade será solicitada a vinda do helicóptero da base de Manaus (AM)". Equipamentos de comunicação e navegação via satélite ficarão em poder dos índios para manterem contato com o Ibama e o Exército. Telefone fixo, radiofonia e aparelho de GPS para indicar com exatidão as coordenadas geográficas serão instrumentos de apoio aos Ashaninka.

"Não vamos perdoar mais nada. A questão está sendo tratada entre o Itamaraty e a Embaixada Peruana". Um aparelho de auto-track permitirá o envio de mensagens eletrônicas, via satélite, do meio da floresta, para denunciar anormalidades.
PIB:Acre

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