Aamzônia.org.br-Amigos da Terra-São Paulo-SP - 22/10/2004
Os deputados que integram a CPI da Biopirataria, considerada hoje a mais importante do Congresso Nacional, devem ir ao Acre em novembro para investigar a ação de madeireiros peruanos na fronteira que há vários anos vêm retirando madeira nobre de território brasileiro, o que é duplamente ilegal: primeiro, por causa da destruição da floresta e extração de madeira proibida por lei, o mogno, e segundo, por invasão territorial.
O requerimento, propondo a visita, foi apresentado pelo ex-ministro do Meio Ambiente, deputado Sarney Filho (PV-MA), e aprovado na reunião desta quinta-feira (21) da CPI. Sarney Filho diz que, por se tratar da área de maior concentração de biodiversidade do planeta e detentora de grande quantidade de mogno, a região é de alto interesse de especuladores internacionais. Sua sugestão está baseada nas ações que a Polícia Federal, o Exército Brasileiro e o Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis estão desenvolvendo na região. A CPI da Biopirataria não vai investigar sobre a questão da madeira no Acre.
Também irá visitar áreas onde há denúncia de roubo de cipós e medicamentos fitoterápicos e conhecimentos de povos da região e que estaria sendo apropriados por estrangeiros, principalmente, no Juruá. Os membros da comissão também querem explicações do Ibama do Acre sobre a destruição do mogno apreendido no início da semana na fronteira com o Peru, segundo a justificativa de Anselmo Forneck, gerente- executivo no Estado, por não se ter como retirar a madeira que estava em solo peruano para o Acre, por falta de estradas e condição de escoamento via rios ou igarapés. A estimativa é que a madeira destruída tenha valor de mercado de 6 milhões de dólares (cerca de R$ 18 milhões) e os deputados querem saber se não havia uma única possibilidade que seja de se comunicar com o governo peruano para garantir o material e evitar sua destruição, como ocorreu, por meio de implosão dentro da floresta.
PIB:Acre
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