O Rio Branco-Rio Branco-AC - 23/10/2004
A Operação Pebra (Peru/Brasil), que conta com a participação de forças do Exército, da Polícia Federal e do Ibama, prendeu ontem, na cidade de Cruzeiro do Sul (680 quilômetros de Rio Branco), 26 peruanos que faziam derrubada ilegal de madeira na área indígena dos Ashaninkas, em território brasileiro, no Vale do Juruá. As toras de cedro, mogno e cerejeira seriam levadas para o Peru. Ao todo, desde o dia em que foi efetuada a primeira prisão (quatro homens e uma mulher), em 26 de setembro deste ano, 37 peruanos já foram presos. Só este ano, o Ibama estima que os peruanos já retiraram mais de mil metros cúbicos de madeira na região. Os 26 presos ontem já prestaram depoimento ao delegado da PF em Cruzeiro do Sul, Bruno Sarete, e foram encaminhados à Penitenciária Manoel Néri da Silva, na mesma cidade. A extração ilegal de madeiras nobres por peruanos em território brasileiro vem sendo denunciada e combatida há pelo menos cinco anos. Com a extinção de madeiras nobres, como o mogno, no Peru, as grandes madeireiras, que possuem contratos internacionais para a exportação do produto, estão a invadir clandestinamente o território brasileiro para exploração. A falta de fiscalização na fronteira, devido ser área de difícil acesso, em meio a florestas, incentivou ainda mais a ilegalidade. A maior área de atuação dos peruanos na extração ilegal de madeira fica em Marechal Thaumaturgo (cerca de 150 quilômetros de Cruzeiro do Sul). Os peruanos têm explorado florestas de preservação do Parque Nacional da Serra do Divisor (PNSD) e na reserva indígena Ashaninka. A principal fiscalização da área vem sendo feita pelos próprios índios, que todos os anos têm denunciado o fato às autoridades estaduais e federais. O caso já chegou inclusive no Itamaraty e foi motivo de reunião entre as diplomacias brasileiras e peruanas, além de envolver parlamentares dos dois países.
PIB:Acre
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