O grupo de manifestantes formados por indígenas e profissionais de saúde que prestam serviço para a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) em Dourados decidiu hoje pela manhã encerrar o protesto que bloqueada a rodovia MS-156, que liga Dourados a Itaporã, desde a segunda-feira, regularmente de 7h às 17h.
A decisão foi baseada, conforme lideranças indígenas, após a formação de uma comissão de representantes de aldeias do Estado que chega hoje a Campo Grande para discutir no DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) os rumos do protesto, que pode inclusive ocasionar na ocupação da sede do Distrito.
"Essa foi uma decisão da comunidade e eu vou a capital para que a gente possa dar o encaminhamento junto com a comissão na cobrança por melhorias no sistema de saúde indígena. Continuamos aguardando um posicionamento de Brasília, que ainda não fez qualquer contato", disse o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena no Estado, Fernando Souza, ao Dourados News.
O vice-capitão da Aldeia Jaguapiru, Laucídio Ribeiro Flores, afirmou à reportagem que ontem representantes dos profissionais de saúde e também lideranças estiveram reunidos com o prefeito Murilo Zauith (PSB), na sede da prefeitura, onde o gestor municipal se comprometeu a ajudar o grupo nas reivindicações em Brasília.
"O prefeito se comprometeu a marcar uma agenda em Brasília na Câmara, no Senado, e na Sesai, e ainda nos ajudaria a conseguir sete passagens de avião para que possamos ir até lá cobrar melhorias na saúde indígena na terça-feira que vem, porque na quarta-feira isso será feito. Estamos confiantes, foi uma ajuda importante para a comunidade ser ouvida", disse Flores.
Procurada pelo Dourados News a assessoria de comunicação da prefeitura disse não ter conhecimento da reunião, e pediu que a reportagem fizesse contato com o diretor da Comissão de Assuntos Indígenas da prefeitura, Leomar Mariano Silva, que confirmou o contato entre as partes.
"Não foi ontem, mas assim que começou essa mobilização o prefeito se comprometeu a saber o que era e de que modo poderíamos ajudar. Houve um contato da nossa parte e também foi levantada a possibilidade de que ele auxiliasse para conseguir passagens para representantes do protesto. No entanto, a situação é confusa, não sabemos ao certo quais são os reais motivos deste protesto, e o diálogo não evoluiu", afirmou Silva.
O protesto
A manifestação que acabou gerando o bloqueio da MS-156 e que ainda não chegou ao fim teve início na segunda-feira, quando a rodovia foi bloqueada nos dois sentidos das 7h às 17h.
O grupo de indígenas e também profissionais de saúde da Sesai pedem maior diálogo com a direção da secretaria em Brasília, e a efetivação de um coordenador do DSEI em Campo Grande que seja indicado pela comunidade indígena.
O protesto se desdobrou por causa dos problemas que os trabalhadores na saúde indígena relatam existir há mais de um ano dentro dos postos de saúde das aldeias do Estado.
Em Dourados, por exemplo, os quatro postos que estão à disposição da população de mais de 13 mil indígenas estariam com atendimento precário, onde os profissionais precisam conviver com a falta de insumos básicos como agulhas, soro, seringas, e medicamentos de uso emergencial, entre outros.
http://www.douradosnews.com.br/dourados/indigenas-seguem-com-protesto-mas-encerram-bloqueio-da-ms-156
PIB:Mato Grosso do Sul
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