Filho do indígena morto tem alta e se muda de aldeia com a mãe, diz líder

G1 - http://g1.globo.com - 11/03/2014
Criança foi baleada durante crime que matou seu pai em Porto Seguro. "Ela não para de chorar e o menino está traumatizado", afirma liderança.


O filho do indígena morto dentro de casa em uma aldeia na região de Porto Seguro, sul da Bahia, recebeu alta e passa bem, segundo informou, nesta terça-feira (11), o líder da comunidade, Zeca Pataxó. O crime ocorreu na noite de segunda-feira (10), no distrito de Itaporanga.

A criança foi baleada na perna depois que dois homens encapuzados entraram na residência da família e dispararam contra ela e Agnaldo Oliveira, que morreu na hora. O menino foi socorrido para um hospital.

Segundo Zeca Pataxó, a criança está com a mãe em outra aldeia, que não foi informada por medida de proteção aos dois. Os demais membros da família da vítima permancem na aldeia do distrito de Itaporanga. "As polícias Civil e Militar estão fazendo ronda por aqui. A Polícia Federal também vai acompanhar a situação. O caso está sendo investigado", disse.

O enterro do pai dele será realizado nessa quarta-feira (12) às 9h. De acordo com o líder da aldeia, a mulher e o filho do índio morto não devem comparecer ao enterro. "Eles estão muito tristes, a mulher não para de chorar e o menino está traumatizado. Ela [mãe] nem conseguiu ficar com o menino no hospital, os tios que acompanharam", afirma.


Crime

Renivaldo Correia, cacique da aldeia Imbiriba, à qual o índio pertencia, explicou que Agnaldo Oliveira foi atingido com cinco tiros e a motivação ainda é desconhecida. "Ele tinha um bom relacionamento com todo mundo, era uma boa pessoa. Até o que eu sei, ele não se envolveu em nenhuma briga ou conflito recentemente. Apenas há três, quatro anos que ele atirou contra um homem por causa de ciúmes da mulher dele, mas não acredito que o crime tenha relação com isso", relatou o cacique pataxó.

Ele ainda disse que a violência tem aumentado no povoado de Itaporanga por causa do tráfico de drogas. "Eu fiz um manifesto há sete meses pedindo segurança para a aldeia. Não só para a aldeia como para o povoado também. Estou sendo ameaçado constantemente por traficantes da região", contou. Agnaldo Oliveira trabalhava para a prefeitura de Porto Seguro e deixa esposa e quatro filhos, acrescentou.



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