Após a reunião com os índios ligados a sodiur, a equipe se dirigiu para a aldeia Pedra Branca, distante 40km do município de Uiramutã. A barreira montada naquele local, de acordo com os indígenas ligados ao CIR (Conselho Indígena de Roraima), foi para impedir a entrada de bebida alcoólica na região.
O mesmo discurso foi feito aos aproximadamente 200 indígenas que lá se encontravam. O secretário de Segurança explicou mais uma vez sobre a intenção de se buscar uma solução pacífica para a situação. Ele ressaltou a competência da Polícia Federal para ditar as normas e condutas, além do poder de polícia, que é atribuído àquela instituição.
A reunião na pedra Branca foi acompanhada pelo coronel Maniscalco, do 7o pelotão de Fronteira, e as demais autoridades que haviam participado da reunião com os indígenas da Sodiur.
O delegado Osmar Tavares explicou que a ida da PF foi para apurar a destruição das casas e o possível desaparecimento de um indígena pertencente àquela comunidade. Acrescentou mais uma vez que cabe à Polícia Federal fiscalizar as terras da União.
"A Polícia Federal não vai prometer estar permanentemente na região, mas periodicamente para realizar os trabalhos de fiscalização. Os senhores sabem do risco que assumem ao tomarem esta decisão, uma vez que não se sabe quem está passando no local com drogas e qual será a reação destas pessoas", ressaltou.
Citou as várias denúncias de que os indígenas estariam parando carros, saqueando, tomando alimentos e até mesmo espancando outros indígenas, o que estaria cerceando o direito de ir e vir das pessoas.
Tavares informou sobre os trabalhos que os peritos iriam fazer nas comunidades invadidas que foram derrubadas e depois incendiadas. Disse que os responsáveis pelos crimes ocorridos nos últimos dias serão responsabilizados, mas frisou a questão das barreiras, mais uma vez, que seria atribuição da Instituição, e não dos índios.
Além de Osmar Tavares, o administrador da Funai, Benedito Rangel, e o coronel Maniscalco também se pronunciaram sobre a fiscalização e atribuição das instituições federais naquela área.
A resposta veio do tuxaua Martinho Lima, que deixou clara a intenção de permanência da barreira de fiscalização no local. "A gente vê e sente na pele, é roubo de gado, brigas e até mesmo mortes causadas por bebida alcoólica. Nossa fiscalização é por causa das mortes que ocorreram em virtude disso e que não foi tomada nenhuma providencia", disse.
Martinho Lima disse que a barreira funciona há cinco meses, sendo que as mercadorias estão passando, menos as bebidas. Acrescentou ainda que a barreira vai permanecer, pois acredita que fiscalizar é um direito dos índios, e que se eles não podem fazê-lo, esta seria mais uma forma de discriminação.
Ao final da reunião, o secretário João Fagundes esclareceu aos indígenas mais uma vez que a PF apura os crimes, mas a Justiça é quem julga. "Não estamos dizendo que vocês não têm direito, estamos dizendo que dentro deste direito está a atribuição dos órgãos da União em defendê-los".
Mesmo assim, a decisão dos indígenas da comunidade Pedra Branca, assim como os da Sodiur, foi bem clara: eles vão continuar com as barreiras. (T.B.)
PIB:Roraima/Lavrado
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