Na diversidade populacional da Bacia do Rio São Francisco vivem 32 povos indígenas de diferentes etnias, em mais de 50 territórios espalhados por 6 estados brasileiros: Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Essas populações, estimada em 100 mil índios, estarão representadas no III Seminário dos povos indígenas da Bacia do Rio São Francisco, que acontece neste fim de semana, na aldeia Pataxó Barra Velha (a 200 km de Porto Seguro, no Sul da Bahia).
O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco - CBHSF, organizador do encontro, reuniu cerca de 200 lideranças indígenas da bacia, além de representantes de povos de outros estados, como Espírito Santo, Ceará e Paraíba. No seminário acontecem discussões referentes aos problemas de abastecimento de água que hoje afetam diversas regiões do "Velho Chico" e suas populações ribeirinhas, incluindo os indígenas.
Além disso, o fortalecimento do Dia Nacional em defesa do Velho Chico, os projetos de recuperação hidroambiental financiados com recursos da cobrança pelo uso da água em território aborígene e a criação de uma agenda interna dos povos indígenas completam a pauta do evento. Junto com o Cacique Uilton Tuxá, da Aldeia Tuxá - Rodelas/Bahia, o CBHSF tem em seu colegiado outros 3 representantes indígenas, entre eles Anália Aparecida da Silva (da comunidade Tuxá, em Pirapora, representando a região Norte de Minas).
Anália explicou que a escolha de Porto Seguro - mesmo não sendo um município da bacia sanfranciscana - se deu por questões de integração: "Queremos interagir com os povos indígenas do litoral e passar para eles a nossa luta em benefício do Rio São Francisco", disse. Na mesma semana, Porto Seguro sediará a Assembleia geral da APOINME - Articulação dos povos e organizações indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo. Entre as tribos que habitam a Bacia do velho Chico estão: Xucuru, Tuxá, Aranã, Pankararu, Tingui-Botó e Fulni-ô.
O Prefeito Léo Silveira destacou que "a liderança e o ativismo de Anália Aparecida, representam não só a comunidade tuxá e os grupos indígenas do Norte de Minas, mas também o município de Pirapora - 'Piraporé' (morada do peixe), fundado junto a cachoeira do Rio São Francisco, no exato local onde um dia ocupado pela aldeia da tribo dos Cariris (Kariri), originária do interior do Ceará", afirmou . O encontro entre os cariris e a expedição dos bandeirantes Salmeron e Rodrigo Soeiros é considerado o primeiro registro histórico sobre as origens de Pirapora, lembrou o prefeito.
http://www.pirapora.mg.gov.br/noticia/733/indigenas-de-pirapora-e-do-velho-chico-se-reunem-na-bahia/
PIB:Nordeste
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