Os índios da tribo Pitaguary, que ocupam uma área reservada de 1.727 hectares no município de Maracanaú, iniciaram uma ação na manhã desta quinta-feira (05/03), para reduzir a entrada de pessoas em suas terras com o intuito de fazer festas à beira do açude Santo Antônio.
O grupo indígena bloqueou a Rua Professor José Henrique da Silva, única via de acesso ao açude, onde, de acordo com as lideranças da tribo, diversas pessoas utilizam do espaço, principalmente aos finais de semana, para fazer festas, com direito a paredões de som, bebidas e drogas. Tudo isso sem o consentimento dos índios, que têm a posse da terra.
Segundo Madalena Pitaguary, coordenadora da ONG Mãe Terra, o bloqueio visa alertar as autoridades ao "turismo desorganizado" da população na área reservada. "Nós não somos contra as visitas, mas essa invasão nós não aceitamos", ressalta a índia. Visitantes da tribo e trabalhadores da área têm a passagem permitida.
Para João Paulo Pitaguary, líder jovem da tribo, essa rotina de eventos à beira do açude vem modificando o modo de vida de alguns integrantes da tribo. "Com essa exposição, os nossos curumins não podem mais andar nus e nem correr livre pela aldeia, alterando a nossa maneira de viver", lamenta.
Nesta sexta-feira (6), quando acontece um feriado municipal em Maracanaú, é esperada uma grande procura da população pelo local. Dessa forma, os índios irão manter o bloqueio. "Nós não somos adeptos a violência, mas estamos saturados. Se forçarem a entrada aqui vamos para o embate, e carros e motos vão ser queimados", alerta João Paulo.
O protesto pede, também, a homologação da terra pela Presidência da República. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), a área dos Pitaguary tem permissão para materializar os limites da terra desde 2007, o que ainda não aconteceu.
http://www.cearaagora.com.br/site/2015/03/indios-pitaguary-fecham-acesso-a-acude-em-maracanau/
PIB:Nordeste
Áreas Protegidas Relacionadas
- TI Pitaguary
As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.