Novas formas de pescar e vender

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE - http://www.sebrae.com.br - 18/03/2015
Produtora baiana propõe respeito ao ritmo da natureza e introduz tecnologias para promover vendas

Brasília - A riqueza trazida pelo mar tem garantido o sustento de Luena Maria Ferreira dos Santos e de sua família - integrantes da tribo Pataxó - por gerações. Ela se define como guerreira do mar. Credenciais não lhe faltam. Com sua história de garra, ela venceu o Troféu Bronze da etapa nacional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios na categoria Produtora Rural.

Hoje, aos 30 anos, ela se orgulha de ser a primeira gerente da Associação dos Pescadores Indígenas Pataxós de Coroa Vermelha (BA), onde representa marisqueiros e pescadores. Com habilidade particular para lidar com números, ela procurou o Sebrae e já soma sete cursos no currículo, como administração e contabilidade. Além disso, Luena também aprendeu a trabalhar com motores e a operar o sistema de localização utilizando GPS.

Com a tecnologia, Luena diz que é possível acompanhar a oferta e a oscilação dos preços em várias épocas, sem errar. Os tablets e os smartphones tornaram-se ferramentas de trabalho. Por meio deles, Luena diz que tem contato permanente com os barcos, que chegam a ficar até 15 dias em mar aberto. "Antes de retornarem já sabemos o que foi pescado e começamos a fazer a previsão de vendas. Facilita muito o nosso negócio, evita desperdício, e isso é bom para todos. Fica fácil também ter informações sobre a previsão do tempo em toda costa, prever a chegada da chuva e dos ventos".

Nessa trajetória, ela aponta conquistas importantes, como a mudança cultural ocorrida entre os pescadores da região. Juntos, eles decidiram deixar de pescar camarões para não desrespeitar o meio ambiente, enquanto não encontrassem uma solução sobre o que fazer com a casca do animal. "Enterrar, como antigamente, não seria bom. Pretendemos, em um futuro próximo, aproveitar a riqueza da cabeça de camarão para fazer pó e caldo, mas para isso precisamos inicialmente de um forno e liquidificador industrial", afirma.

Luena teve que ter muita força de vontade para comandar o próprio destino. Muito cedo ficou sem suas principais referências: perdeu a mãe, quando tinha nove anos. Com treze, contrariando a tradição da origem indígena paterna, começou a trabalhar em uma loja. Quatro anos depois, enfrentou outra grande perda: a morte do pai.

Aos 23 anos, formou sua própria família. Junto com o marido trabalhava no pescado, beneficiamento de camarões e cuidava da contabilidade da produção. Há seis anos, outra perda desvastadora, quando o companheiro faleceu. Com duas filhas pequenas, Luena teve que encontrar forças para se reerguer mais uma vez. Assim, ela continuou na atividade que dominava como marisqueira. Em 2010, por conta de sua habilidade com os números, foi chamada para assumir a tesouraria da associação. Hoje, a entidade conta com dois mil associados nativos envolvidos na pesca, beneficiamento e venda de pescado.



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