Indígenas sofrem atentado no Rio Grande do Sul

Universidade Federal do Paraná Campus Litoral - UFPR Litoral - www.litoral.ufpr.br - 06/08/2015
No último sábado o Vice-Cacique Isaias da Rosa Kaigõ da Terra Indígena Re Kuju/Campo do Meio, bacia do Alto Uruguai, Rio Grande do Sul, foi baleado e atingido por um projétil na coluna. Sabe-se apenas que o tiro foi disparado de uma caminhonete preta. Campo do Meio é a coletividade de pertencimento de Douglas Jacinto da Rosa, intelectual indígena, estudante Kaingang formando no curso de Gestão Ambiental na UFPR/Setor Litoral e bolsista do Programa de Educação Tutorial/PET/MEC. Douglas relata as dificuldades em se estabelecer um processo investigativo que de fato possibilite apontar os responsáveis do ato.
A Terra Indígena Re Kuju não foi demarcada ainda pelo governo federal e mesmo constituindo um território com presença Kaingang constante desde os relatos coloniais é também pleiteada por produtores rurais de soja do município de Gentil. Estes atentados são constantes. Recentemente, durante oficina realizada no Setor Litoral da UFPR, com a presença das lideranças locais, vários tiros foram disparados, obrigando o retorno imediado do Cacique e do Vice-Cacique à Campo do Meio. Em 2013, quando houve proposição de realizar atividade do PET Litoral Indígena na Terra Indígena Re Kuju, com uma oficina de direitos humanos, a Prefeitura Municipal de Gentil enviou um ofício ao Reitor da UFPR questionando a saída de campo.

Por outro lado, Douglas vem buscando adensar o debate na região, mesmo sem a perspectiva de conclusão da demarcação da terra indígena. Tem promovido atividades na escola local com as crianças Kaingang, mobilizando a defesa do remanescente de araucárias que estiveram na eminência de corte por agência da prefeitura local e que pelas mediações de Douglas foram preservadas.
Situada na Bacia do Alto Uruguai, Re Kuju/Campo do Meio está em região de Floresta Ombrófila Mista/Florestas com Araucária. A coletividade Kaingang emprega seus esforços na luta pelo reconhecimento territorial, pela restauração das florestas, pela proteção das águas frias/goj kusã e enfrentamento das monoculturas de soja na região, na direção de um Bem Viver Kaingang.
O fato foi pouco noticiado na imprensa, com exceção de matéria na página do Instituto Humanitas/UNISINOShttp://www.ihu.unisinos.br/noticias/545316-indigenas-sofrem-atentado-no-rio-grande-do-sul
Autora: Profa. Dra. Ana Elisa de Castro Freitas/ABA, UFPR Litoral.
PIB:Sul

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