Índios exigem justiça - Chacina provoca brado de alerta

Diário do Amazonas (Manaus-AM) - 07/03/1991
Lideranças indígenas, em conjunto com o Conselho das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), foram à Manaus para reivindicar a demarcação correta de suas terras, em especial as terras da região do Alto Solimões, se atentando ao fato de impedir invasões por parte de pescadores e exploradores das reservas extrativistas de madeira e palmito. Aproveitando a viagem, 14 representantes do povo Ticuna, assim como o Secretário do Conselho Geral dos Ticuna, Pedro Mendes, se encontrarão com as autoridades jurídicas do Estado para exigir a reabertura do processo instaurado desde 89 para julgar os culpados do massacre da região do Capacete, no qual foram mortos 14 índios Ticuna. A revolta se dá pela impunidade em torno do caso, que já foi transferido da Justiça Federal para a Justiça comum da comarca de Benjamin Constant, município da região onde ocorreram as mortes, e que, na opinião dos indígenas, há muita pressão e conivências por parte das autoridades.
O principal mandante da chacina, Oscar Castelo Branco, continua solto a explorar a madeira da região, e, segundo Pedro Mendes, todos os lagos e reservas extrativistas de madeira do território Ticuna continuam sendo invadidos e explorados de forma predatória por brasileiros, colombianos e peruanos. A pesca predatória preocupa o povo Ticuna, que possui como base de sua alimentação o peixe, pelo fato que os pescadores não respeitam os períodos de desova, e, assim a população de peixe, em especial os lisos, está diminuindo. Segundo o presidente da Coiab, tanto Funai quanto Ibama já foram avisados de tal contrabando, mas de nada fazem.
PIB:Solimões

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